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sexta-feira, 10 de agosto de 2007


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“Lula não é comunista. Ele é, na nova moldura petista, um socialista revolucionário, amante da democracia radical onde, segundo a socióloga e ideóloga petista Marilena Chauí, o conflito é um aspecto imanente. Ela se refere à luta de classes ou, de forma mais ampla, ao conflito entre a ‘classe dominante’ ou ‘bloco histórico no poder’ versus ‘os excluídos’ ou ‘novo bloco histórico’ que luta pelo poder”.
(artigo “Rememorar uma velha história sabida”, de José Luiz Sávio Costa)
Segundo os jornais de 31 de julho de 2007, a dona Marilena Chauí, professora da Universidade de São Paulo e filósofa orgânica do Partido dos Trabalhadores, declarou que “a imprensa montou um cenário de golpe de Estado durante a cobertura do acidente com o avião da TAM. A grande mídia foi montando, primeiro um cenário de guerra e, depois, de golpe de Estado”. Isso ela escreveu no texto “A Invenção da Crise”, publicado no site do jornalista Paulo Henrique Amorim, outro petista de carteirinha.
Esse, segundo a dona Marilena, “é simplesmente mais um episódio do fato da mídia e certos setores oposicionistas não admitirem a legitimidade da reeleição de Lula”. Recorde-se que em 2006 a dona Marilena usou o mesmo chavão, dizendo que o mensalão “foi uma construção fantasmagórica da mídia”, ignorando que 40 quadrilheiros foram denunciados ao STF pelo Procurador-Geral da República como os responsáveis pela tal “construção fantasmagórica”.
Para dona Marilena, as publicações de diversos jornais sobre o acidente com o avião da TAM, bem como a falta de respeito do Sr. Marco Aurélio Garcia, também professor da Unicamp e assessor para assuntos internacionais do governo Lula, fazendo gestos obscenos de uma das janelas do Palácio do Planalto, bem como as frases dos ministros Guido Mantega, que classificou a crise nos aeroportos como “sinal de prosperidade econômica”, e da ministra do turismo (cargo adequado à sua personalidade) Marta Suplicy, que sugeriu às famílias que passavam horas, dias e noites nos aeroportos, esperando seus vôos, muitas vezes acompanhadas de crianças e pessoas doentes, para que “relaxem e gozem”, é um exagero da mídia que inventou a crise aérea.
Em um texto intitulado Invenção da Crise (http://betobiologia.blogspot.com), a dona Marilena comparou a explosão do avião, noticia dada por todos os canais de TV, contra o prédio da TAM, com o bombardeio do Palácio La Moneda, no Chile, em 11 de setembro de 1973 (sic) imaginando a ocorrência de uma guerra civil ou de um golpe de Estado. “Em certos casos” – escreveu ela – a atitude (dos canais de TV) chegou ao ridículo, estabelecendo relações ente o acidente da TAM, o governo Lula, Marx, Lenin e Stalin, mais o Muro de Berlim”(!)
De resto, como o título do seu texto indica, a crise aérea não passa de uma invenção da mídia.
A uma pergunta de Paulo Henrique Amorim (http://betobiologia.blogspot.com) se ela, dona Marilena, vislumbra “sinais de uma nova (sic) tentativa de impeachment”, respondeu afirmativamente, pois “a mídia e setores da oposição política ainda estão inconformados com a reeleição de Lula e farão durante o segundo mandado o que fizeram durante o primeiro, isto é, a tentativa contínua de um golpe de Estado. Tentaram desestabilizar o governo usando como arma as ações da Polícia Federal e do Ministério Público e, depois, como caso Renan”.
É oportuno recordar que em 2005, no seminário “O Silêncio dos Intelectuais”, a dona Marilena fez jus ao título do seminário, mantendo-se calada.
Todos conhecem os fatos que a dona Marilena chama de “tentativa de golpe”. Nesse seminário, instada a falar sobre eles, a comentar as notícias sobre corrupção do partido ao qual pertence, o PT, a professora da USP disse que não havia dados suficientes para fazer um julgamento. Segundo ela, não era possível confiar nos meios de comunicação, pois estes eram pautados por “organismos tucanos”. De qualquer forma, aduziu, “se culpa havia, não era do PT, mas do próprio sistema político brasileiro, no qual o presidente nunca tem maioria no Congresso e é obrigado a negociar com os partidos” – como se a única forma de estabelecer essa negociação política fosse subornando deputados, dando-lhes dinheiro.
Finalmente, recorde-se um capítulo nebuloso da vida acadêmica de dona Marilena e a justificativa que deu sobre o fato quando, de certa feita, dona Marilena, musa da esquerda nacional, foi denunciada por plágio por José Guilherme Merquior. Plagiou textos inteiros do ex-namorado Claude Lefort – e depois se justificou dizendo que “entre os lençóis seria difícil saber o que é de quem”. Não deixa de ser hilário e, como disse a ilustre ministra do Turismo, “relaxa e goza”.
Sobre os mais de 200 mortos, nem uma palavra...ignorando.
Por Carlos I. S. Azambuja - historiador.

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