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sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Não se pode ter razão contra o partido”
(Trotsky, XIII Congresso do PCUS, 1924)
Após mais de uma década de separação, a Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI) e o Centro Internacional do Trotskismo Ortodoxo (CITO) decidiram se reunificar no próximo Congresso Mundial da LIT-QI, a ser realizado em março de 2008. Essa decisão é o resultado de mais de três anos de discussões, reuniões conjuntas, políticas comuns sobre os principais fatos da luta de classes e ação unificada nos países onde existem partidos das duas organizações.
Ambos defendem a Revolução Socialista Mundial, mas consideram que não há revolução socialista se as fábricas não forem expropriadas, se os bancos e o comércio dos capitalistas nacionais e estrangeiros não passarem para as mãos dos trabalhadores, e se não for estabelecido um Governo Operário, Camponês e Popular, isto é, uma Ditadura Revolucionária do Proletariado que funcione com democracia operária, tal como o regime estabelecido pelo Partido Bolchevique de Lenin e Trotsky de 1917 a 1924, considerados pelos trotskistas “os anos épicos da grande Revolução Russa, o regime mais democrático que a humanidade conheceu”.
Vejam um trecho de um documento de autoria do Secretariado da Liga Internacional dos Trabalhadores/Quarta Internacional, cuja sede é na Argentina, datado de 12 de março de 2007, cujo representante no Brasil é o grupo trotskista Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), tornado legal pela Justiça Eleitoral, muito embora seus objetivos sejam a derrubada do regime político representativo tal como definido pela Constituição brasileira e muito embora seja também uma extensão de um grupo político internacional:
“A luta pela democracia operária implica uma batalha sem tréguas contra as burocracias sindicais e políticas que governam os organismos de massas da classe operária com métodos de gangsters, que impedem os operários de discutir abertamente em assembléias as tarefas e as políticas contra o jugo da exploração capitalista. A luta pela democracia operária significa, em última análise, a batalha para que seja novamente a classe operária, com seus métodos, que se coloque à frente de todos o explorados na luta contra o imperialismo e seus aliados, diretos ou indiretos, que se opõem à substituição do capitalismo pelo socialismo tal como Marx o concebeu e tal como foi implementado pelo Partido Bolchevique nos primeiros anos da Revolução Russa. A luta pela democracia operária significa, ao mesmo tempo, o mais intransigente combate ideológico e político contra todas as expressões da democracia burguesa que, com seu parlamentarismo formal, desvia os trabalhadores da luta contra o capitalismo imperialista, mantendo-o sob a dominação política de seus inimigos de classe”.
“Somos contra todos os governos de Frente Popular como os de Lula, Evo Morales e Tabaré Vásquez. Todos esses são governos da burguesia, que estão aplicando os planos do imperialismo e das burguesias nacionais. Estamos igualmente contra governos nacionalistas burgueses como o de Chávez, na Venezuela, Correa no Equador e Ortega na Nicarágua, que sob o falso disfarce de enfrentamento com o imperialismo e do ‘socialismo do século XXI’, não têm outro objetivo a não ser preservar a exploração capitalista e desviar a mobilização da classe operária e das massas trabalhadoras. Combatemos igualmente as correntes que, como o lambertismo e o mandelismo do Secretariado Unificado da Quarta Internacional, que renunciaram à tradição leninista e trotskista ao se integrarem ao governo burguês de Lula”. Para nós, as velhas consignas dos fundadores da Primeira Internacional mantêm toda sua vigência: ‘A libertação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores e Proletários de todo o mundo, uni-vos!’”
“Para cumprir essas tarefas é necessária a construção de um Partido Mundial da Revolução, que funcione com centralismo democrático; que faça da classe operária o centro de sua ação; que tenha como razão de ser a luta pelo poder em cada país e no mundo, para que seja a classe operária a detentora do poder de Estado; e que faça da teoria revolucionária uma de suas principais ferramentas para definir o programa e as palavras de ordem. Ou seja, um partido leninista de combate para destruir o capitalismo imperialista, que se oponha a ele e dispute a consciência e a direção dos trabalhadores com os chamados ‘partidos anticapitalistas’, que sob seu palavrório ‘socialista’, ocultam sua verdadeira intenção de renunciar à luta aberta de classes contra os governos burgueses e contra o imperialismo”.
“Defendemos a derrota militar dos exércitos de ocupação no Iraque e o triunfo da resistência do povo iraquiano. Colocamos-nos ao lado daqueles que defendem a derrota militar dos exércitos das Nações Unidas e pelo triunfo da resistência popular no Afeganistão. Exigimos a retirada imediata das tropas das Nações Unidas e da OTAN, que são tropas imperialistas, de Kosovo, do Haiti e de todos os países que estão sob intervenção com desculpas ‘humanitárias’. Chamamos os trabalhadores e os povos da Venezuela, Brasil, Bolívia, Uruguai, Equador, Nicarágua e Argentina a abandonar toda ilusão nos governos de seus países e a enfrentar seus planos com a mobilização. Todos esses governos são burgueses” (http://www.pstu.org.br/internacional_materia.asp?id=6590&ida=0).
O que é a Liga Internacional dos Trabalhadores/Quarta Internacional (LIT/QI)
A LIT/QI foi constituída em de 1981, pelo argentino Hugo Miguel Bressano (“Nahuel Moreno”). É herdeira da Tendência Bolchevique, posteriormente ex-Fração Bolchevique, constituídas e dirigidas por Ernesto Gonzalez e “Nahuel Moreno”, já falecidos. Em 1992/1994, a partir de uma crise no Movimiento Al Socialismo (MAS), grupo trotskista argentino, quando do V Congresso Mundial da IV Internacional, ocorreram cinco cisões e formações de correntes em nível internacional, dando surgimento ao Centro Internacional de Reconstrução (CIR); à Tendência Bolchevique Internacionalista (TBI), logo transformada no Centro Internacional do Trotskismo Ortodoxo (CITO), que é dirigido pelo Partido Socialista dos Trabalhadores colombiano e onde está agrupada a maioria dos grupos e partidos da América Central; à Tendência Morenista, logo transformada na União Internacional dos Trabalhadores (UIT), vinculada ao Movimento Socialista dos Trabalhadores argentino; à Fração de Esquerda, vinculada ao grupo Socialismo Revolucionário italiano, que abandonou o trotskismo; à Tendência Reconstrução, atual Liga Internacional dos Trabalhadores, dirigida pelo PSTU brasileiro, à qual o MAS argentino e o PRT da Costa Rica estão vinculados; à tendência Corrente Proletária da LIT.
Atualmente, o Morenismo, como corrente internacional, se encontra em um processo de “re-reorganização”, que combina alguns dos reagrupamentos acima mencionados, como um setor do CITO e da LIT e novas divisões, dentro das quais se destacam a expulsão do MAS argentino da LIT, o que ocasionou a formação da corrente internacional Socialismo e Barbárie e a ruptura do MST em duas organizações: o MST Alternativa e o MST Esquerda Socialista e a construção da Liga Socialista Internacional. Era essa a situação em fevereiro de 2007. Na França e Espanha as seções da LIT fundiram-se com os grupos lambertistas e, na Inglaterra, com os grupos The Militant e Socialist Worker Party (SWP).
Organizações que integram a LIT/QI:
ARGENTINA • Frente Obrero Socialista - FOS, AUSTRÁLIA • International Socialist League, BOLÍVIA • Movimiento Socialista de los Trabajadores. COSTA RICA • Partido Obrero Socialista e • Movimiento de Trabajadores y Campesinos – MTC, CHILE • Movimiento por el Socialismo, EQUADOR • Movimiento al Socialismo (MAS), FRANÇA • Groupe Socialiste Internacionaliste, ESPANHA • Partido Revolucionário de los Trabajadores, • Lucha Internacionalista, HAITI • Ligue Comunista Internacionaliste des Travailleurs, PARAGUAI • Partido de los Trabajadores, PERU • Partido Socialista de los Trabajadores, PORTUGAL • Frente de Esquerda Revolucionária, REPUBLICA DOMINICANA • Partido Revolucionario Socialista, TURQUIA • Enternasyonal Bülten, INGLATERRA • International Socialist League.
Em 1999, a LIT, através do KORKOOM (Comitê Coordenador para a Construção de um Partido Operário Internacional) passou a editar a revista Marxismo Vivo, dedicada ao debate teórico, programático e político. Também o tablóide Correo Internacional, porta-voz da LIT, a partir de março de 2000 passou a ser difundido no Brasil como encarte ao jornal do PSTU.
“Jonas Potiguar” (possivelmente codinome utilizado pelo brasileiro Eduardo de Almeida Neto), membro do Comitê Central do PSTU e da Comissão Executiva Internacional da LIT, é o editor da revista Correo Internacional; escreveu um artigo sobre o tema Narcotráfico, publicado no Opinião Socialista de 10 de dezembro de 1999/25 de janeiro de 2000, sendo apresentado pelo jornal como “dirigente da LIT”.
Martin Hernandez é um dos membros do Comitê Central e da Comissão Executiva Internacional (CEI) da LIT, autor do trabalho intitulado Dez Anos de Entrismo no PT, que resume a experiência dos trotskistas brasileiros na década de 80 dentro do Partido dos Trabalhadores.
O que é o Centro Internacional do Trotskismo Ortodoxo (CITO) (http://www.geocities.com/CapitolHill/Lobby/6106/declarar.htm).
O Centro Internacional do Trotskismo Ortodoxo (CITO) surgiu em julho de 1994 a partir da ruptura de seus componentes com a Liga Internacional dos Trabalhadores. O CITO reivindica a tradição do marxismo revolucionário (expressão que significa trotskismo) como sua herança teórica. Entre os principais documentos dessa herança estão o Manifesto Comunista, os quatro primeiros congressos da Internacional Comunista, o Programa de Transição da Quarta Internacional e a atualização do Programa de Transição, efetuada por “Nahuel Moreno”.
O CITO rompeu com a direção da LIT alegando que esta abandonou o método do Programa de Transição e cedeu às pressões da reação democrática, como demonstram suas políticas concretas em múltiplas latitudes. Para o CITO, a LIT também “abandonou o Programa de Transição e adotou um programa etapista”; apoiou: uma campanha de ajuda operária internacional à Bósnia, com apoio político, militar e financeiro do imperialismo; a ala esquerda da política do imperialismo e da burocracia na ex-URSS; a colaboração com o imperialismo espanhol e a política de Felipe Gonzalez; a capitulação da Somália à invasão imperialista; a Europa Ocidental e a resistência ao Acordo de Maastricht; as eleições gerais no Brasil e a democracia radical; o PT nas eleições de 1996; a política democrática burguesa do Exército Zapatista, no México; a propaganda abstrata e o chamado a votar e votar, na Argentina.
O CITO combate em favor do reagrupamento dos revolucionários do mundo inteiro e promove o intercâmbio de opiniões e experiências nessa perspectiva. “Estamos conscientes de nossas limitações, escassos recursos e marginalidade, e cremos que para avançar em direção à construção do Partido Mundial da Revolução Socialista, pelo qual lutaram Marx, Engels, Lênin e Trotsky, é imprescindível promover o mais amplo debate, a fim de interpretar da forma mais acertada a situação internacional e procurar as vias mais adequadas para a construção dos partidos revolucionários nacionais da Quarta Internacional”.
O que é o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
Em maio/junho de 1992, o grupo trotskista Convergência Socialista foi expulso do PT, sob a acusação de “radicalismo extremado”. Um mês depois, em julho de 1992, a Convergência e outros sete grupos minoritários constituíram a Frente Revolucionária, com o objetivo de construir o “partido da Revolução”.
Em abril de 1993, a Convergência e alguns grupos que integravam a Frente Revolucionária constituíram o Movimento Pró-PSTU.
Em junho de 1994 foi realizado em São Paulo o Congresso de Fundação do PSTU, sendo eleita uma Coordenação Nacional composta por 37 membros, 18 dos quais (maioria absoluta) eram militantes da Convergência Socialista. O PSTU atribuiu a sua formação “à claudicação de setores de esquerda e da direção majoritária do PT diante da institucionalidade burguesa, a adaptação do programa a uma estratégia de colaboração de classes e da aceitação da ‘vitória’ do capitalismo”.
A Frente Revolucionária, composta pelos grupos que não aceitaram o PSTU, continuou a existir, por um certo tempo, em vários Estados.
O PSTU atuou no Movimento Sindical, dentro da CUT, através da tendência “MTS- Movimento por uma Tendência Socialista”. Seu órgão de formação política é o “IES-Instituto de Estudos Socialistas”. Atualmente seu braço sindical é a Conlutas – Coordenação Nacional de Lutas (uma coordenação composta por entidades sindicais, organizações populares, movimentos sociais etc., fundado em janeiro de 2005, em Porto Alegre, por ocasião do V Fórum Social Mundial. Tem como objetivo organizar a luta contra as “reformas neoliberais do governo Lula - Sindical/Trabalhista, Universitária, Tributária e Judiciária - e também contra o modelo econômico que o governo aplica no país, seguindo as diretrizes do FMI”), e o órgão para intervenção no movimento estudantil é o Conlute – Coordenação Nacional de Lutas dos Estudantes; a Conlute foi criada no Encontro Nacional contra a Reforma Universitária no Rio de Janeiro em maio de 2004, em um Encontro realizado na UFRJ, que teve a presença de 1.500 estudantes - antes da Conlutas, portanto. Seu objetivo é inserir os estudantes na luta contra as políticas educacionais e econômicas do governo Lula e construir uma alternativa de direção para o movimento estudantil, “tendo em vista a falência e o governismo da UNE”, há mais de 30 anos um feudo do Partido Comunista do Brasil através da UJS-União da Juventude Socialista.
"Queremos ajudar a construir uma democracia. Essa que está aí não é a nossa democracia. Acreditamos no socialismo e na revolução, mas Cuba, por exemplo, não é uma referência para nós. Estamos indignados com tudo o que está acontecendo. Daí o `Fora todos´" - diz Júlia Eberhardt, de 25 anos, uma das "organizadoras" do Conlute. Julia Eberhardt é militante do PSTU e integrante do grupo Ruptura, da Juventude do PSTU. No 49º Congresso da UNE, realizado em Goiânia/GO de 29 de junho a 03 de julho de 2005, foi eleita para integrar a diretoria da União Nacional de Estudantes. Júlia ficou na diretoria executiva da UNE até janeiro de 2006, quando ela e outros integrantes do PSTU decidiram romper com a UNE e com a UBES-União Brasileira de Estudantes Secundaristas, “feudos do PC do B”.
Cursos de formação política socialista são ministrados, desde 1996, a trabalhadores, estudantes, membros de organizações de esquerda e de movimentos populares, pelo Instituto de Estudos Socialistas (IES). A constituição do IES deveu-se, segundo a visão de seus fundadores, ao “mar de confusão surgido junto à classe trabalhadora e à juventude de todo o mundo face ao pretexto que ideólogos do capitalismo passaram a difundir sobre o fim do socialismo e vitória da economia de mercado”. Como consequência disso, muitos socialistas – segundo os fundadores do IES – sucumbiram à propaganda imperialista.
“Todavia”, prosseguem os fundadores do IES, “a História não se conta em anos, mas em décadas e séculos, e é caprichosa em desmentir as farsas. Assim como mostrou que as ditaduras stalinistas eram o oposto do verdadeiro socialismo, não demorará a desmascarar o paraíso capitalista. A política de colaboração de classes, praticada por lideranças dos trabalhadores, só ajuda ao capital a manter a atual situação e miséria para milhões de despossuídos. Em todo esse contexto, o Instituto de Formação e Estudos Socialistas nasce reivindicando o método do socialismo científico, não como um dogma, mas como o que de melhor produziu a mente humana como instrumento de investigação, análise e para a ação. Nasce a serviço dos trabalhadores e de um projeto transformador e revolucionário, mas, ao mesmo tempo, autônomo, independente e plural. Reivindica a autonomia do conhecimento em relação às estruturas políticas e critica o pensamento único. Nasce para fomentar e transformar-se em um canal nacional de discussão e estudo de temas candentes em todo um mundo em constante transformação, e acreditando, como os mestres do socialismo, que não existe política verdadeiramente transformadora sem que seja guiada pela teoria, pelo estudo e pela compreensão profunda da realidade. Considera que o socialismo vive mais do que nunca na luta dos trabalhadores, em cada greve, em cada ocupação de terra e em cada mínima luta dos oprimidos, lutas que são a garantia da necessidade, do sucesso, do crescimento e da afirmação do IES”.
A sede do IES é na rua Domingos de Morais 348, sala 46, Vila Mariana, São Paulo.
Finalmente, o PSTU e a Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI) promoveram uma homenagem a Nahuel Moreno, dirigente revolucionário argentino e fundador da LIT. “20 anos sem Moreno – Uma vida construindo uma Internacional operária e marxista para a revolução socialista” no dia 3 de março de 2007 no auditório Simon Bolívar, do Memorial da América Latina, em SãoPaulo.
Durante o evento, dirigentes de vários partidos que hoje fazem parte da LIT, falaram sobre sua trajetória e elaborações políticas. Dentre eles Eduardo Almeida Neto (PSTU – Brasil), Angel Luís Parras (Partido Revolucionário dos Trabalhadores da Espanha), Alicia Sagra (Frente Operária Socialista – Argentina) e Valério Torres (Partido de Alternativa Comunista, da Itália, que recentemente aderiu à LIT), Oscar Angel, dirigente do Centro Internacional do Trotskismo Ortodoxo(Cito) e do Partido Socialista dos Trabalhadores (Colômbia). Além disso, representantes de organizações que reivindicam a tradição morenista, como Miguel Sorans (da União Internacional dos Trabalhadores e da Esquerda Socialista – Argentina) e João Batista de Araujo, o Babá (Corrente Socialista dos Trabalhadores/PSOL). Independente de saber se até 8 de março de 2008 estarão superadas as divergências irreconciliáveis que separaram o CITO da LIT: o abandono, por parte da LIT, do método do Programa de Transição; o apoio a: uma campanha de ajuda operária internacional à Bósnia, a colaboração com o imperialismo espanhol e a política de Felipe González; à capitulação da Somália à invasão imperialista; à Europa Ocidental e à resistência ao Acordo de Maastricht; às eleições gerais no Brasil; ao PT nas eleições de 1996; à política democrática burguesa do Exército Zapatista, no México; à propaganda abstrata e o chamado a votar e votar, na Argentina, torna-se interessante recordar o que estatui o artigo 5º da Lei Orgânica dos Partidos Políticos (Lei 9096 de 19 de setembro de 1995):
–“A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de acordo com seu estatuto e programa, sem subordinação a entidades ou governos estrangeiros”.
A Constituição, por sua vez, define que:
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes”.
É lamentável que o Tribunal Superior Eleitoral ignorando esses preceitos tenha registrado, tornando legal, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado e, mais recentemente, o Partido do Socialismo e Liberdade, que se autodefinem como “partidos leninistas de combate para destruir o capitalismo imperialista”.
Carlos Azambuja

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Brasil Cubano

Sei que a atmosfera política está carregada mas, parafraseando Trotsky, se você não está interessado na guerra política, a guerra política está interessada em você. Mesmo que o amigo fuja dela como o diabo da cruz, dificilmente escapará. Fingir ignorar o que se passa à sua volta ou tentar não compreender o que se esfrega na sua cara pode ter o mesmo resultado, num futuro próximo, do caso dos atletas cubanos que ganharam a visa para um sonho mas não levaram, impedidos pela ingerência perversa do regime propagado pelo Dr. Fidel Castro – que a tudo cerceia, inclusive o direito mínimo de ir e vir.
Sim, o amigo pode se imaginar distante de tal realidade sórdida, infenso a uma coisa que se processa numa ilha remota, com outra tessitura histórica, num outro mundo envolto pelo isolamento que, ademais, mais dia menos dia, ruirá. Bom, a coisa não é bem assim. Para começo de conversa, se passa no Brasil, hoje, a mesma coisa que ocorreu em Cuba nos primeiros anos de “la revolución”. Havia na ilha, de início, uma atmosfera transbordante de esperança e promessas de liberdade, diante da nova “experiência revolucionária” que se prometia restauradora de uma Cuba naufragada na degradação. O próprio Fidel se colocou, então, como uma figura apenas emergente, não mais que peça transitória até a consolidação de uma democracia em que o povo fosse, pelo voto, soberano.
O que se viu depois, com o passar dos anos, foi tão somente a consolidação da mais brutal ditadura manipulada por uma bem instalada quadrilha ideológica, a escravizar milhões de pessoas no círculo fechado do medo, suor e lágrimas. Depois da triste experiência das ditaduras de Machado e Batista, Fidel Castro só fez aprofundar a carência geral sob a vigilância de um Estado policial sanguinário. Nele, enquanto a burocracia do Partido Comunista se refestela, a patuléia ignara come o pão que o diabo amassou sem direito a mugido. É fato incontestável: quase 50 anos depois de tascar o poder, o Vampiro do Caribe ainda pretende enganar a população por meio de justificativas mentirosas e eternas promessas de “um futuro melhor”, infenso aos gritos de clamor do mundo civilizado.
E no Brasil? No Brasil o panorama sombrio se articula como um fato irreversível. Nele, a máquina de um partido “hegemônico”, o PT usa o poder oficial (e oficioso) para transformar o Estado democrático e de direito, por meio dos mais diversos artifícios, numa “democracia direta” - para a compreensão mais abrangente, sinônimo da deslavada prática totalitária.
Com efeito, conforme planejado nos desvãos do Planalto, diariamente são criadas no país inúmeras leis, normas, decretos, instituições, conselhos, comissões, departamentos e ministérios que visam restringir a ação da sociedade e da iniciativa privada e, o pior, controlar as liberdades individuais. Na generalidade dos casos são leis absurdas, que jamais serão cumpridas, mas que servem para o governo, no momento oportuno, acioná-las contra o adverso – exatamente como Fidel Castro tramou em Cuba para inibir e eliminar os “inimigos de revolução”.
No momento, em meio ao caos geral e propositado, o governo petista avança solerte e forte. Na ordem prática das coisas, ele assegura (com a conivência de um congresso aliciado) a permanência da famigerada CPMF, imposto que se eterniza embora seja considerado “transitório”; lança mais um plano mirabolante, o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), cujo objetivo é requentar novos e inúteis aparatos ditos de segurança e fomentar propinas eleitoreiras (com a invenção das “Promotoras Legais Populares”, modelo cubano de espionagem, para atuar nas favelas e periferias com salário mensal de R$ 190); e articula a permanência do denunciado Renan Calheiros na presidência do Senado, um perfeito vassalo da vontade palaciana.
Na estratégia adotada, em pleno andamento, dois lances estão na pauta para o avanço do esquema totalitário: primeiro, a realização do III Congresso Nacional do PT, que dará margem a alteração dos estatutos e programas do partido; segundo, a mobilização partidária para a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte “exclusiva”, cuja finalidade seria engendrar uma reforma política que, por maioria simples, aprove emenda constitucional permitindo o terceiro mandato de Lula da Silva. (Neste sentido, a máquina partidária já promove de forma subliminar, nas mais diversas publicações oficiais, o número “3” – relativo ao terceiro mandato do operário-relâmpago).
Dinheiro não é problema. Os cofres públicos, com a alta permanente da carga tributária, nunca estiveram tão abarrotados. Mais ainda a partir de aprovação líquida e certa da CPMF pelo Congresso, no próximo mês de setembro. Contando com tais e abundantes recursos o governo não encontrará dificuldades em refazer pactos, cooptar adversários, anunciar projetos, criar novas despesas, ampliar a máquina burocrática, obter votos da base aliada e até dos supostos parlamentares da oposição.
Por trás de tudo corre Zé Dirceu, o ex-guerrilheiro amigo do credenciado Fidel Castro, que deseja, a todo custo, chegar à presidência da República em 2014. Como se sabe, o ex-Chefe da Casa Civil foi cassado pelos pares após o escândalo do mensalão, fato que levou o Procurador-geral da República, Antonio Fernandes de Souza, a denunciá-lo no Supremo Tribunal Federal (STF) como o comandante da “organização criminosa” operante no Planalto. Claro, o ex-guerrilheiro transformado em lobista milionário, agora se diz inocente. E como homem de força dentro do PT, para limpar terreno, investe com firmeza na criação de mais uma lei, a da Comunicação Eletrônica de Massa, cujo objetivo inicial é o de “regulamentar” os meios de comunicação que considera livre da intervenção punitiva do Estado.
Para o desavisado que acredita ainda em democracia representativa, é ou não um panorama sombrio?
Ipojuca Pontes

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

SOCIALISMO DO SEC.XXI

É com muita indignação que li hoje (15/08) as manchetes dos jornais dando conta de que tramita no congresso mais um “trem da alegria”, um projeto de lei que transforma em funcionários estatutários mais algumas dezenas de milhares de funcionários públicos que ocupam cargos comissionados. As (más) notícias dão conta de que outras medidas mais absurdas estariam sendo gestadas dentro desse projeto, em prejuízo do Erário. É na calada da noite que nossos representantes conspiram contra o povo.
Na semana passada vimos mais um movimento da estatização que está em marcha, com a compra de uma empresa petroquímica privada pela Petrobrás, a um preço irrecusável para os acionistas. Aqui o contribuinte brasileiro perdeu duplamente, por pagar caro por algo que valia menos e pela estatização em si, pois ela sempre se transforma em desastre econômico, seja por perda de produtividade, seja pelo preço de monopólio que permitirá praticar, seja pela má qualidade dos produtos que em regra o Estado é capaz de produzir.
Como se vê, o “socialismo do século XXI” está sendo implantado entre nós, utilizando a via legal no limite de sua possibilidade. O pano de fundo desse processo, o contexto que permite o descalabro administrativo sem protestos e sem oposição, é o rolo compressor do Executivo que quer aprovar a prorrogação da CPMF. É muito dinheiro que está em jogo e a chantagem corre solta, o “toma lá, dá cá” típico de um sistema político que perdeu qualquer relance de moralidade e de respeito ao povo que trabalha. Vivemos o paroxismo da sem-vergonhice política.
Não devemos ter ilusão quanto ao fato de que um desastre econômico de grandes proporções está sendo plantado com esse descontrole dos gastos governamentais. Os que ora controlam o Estado vão esticar a corda até o limite do enforcamento daqueles que trabalham e pagam impostos. Por esses dias se revelou que o tal Supersimples, que deveria ser uma redução tributária, foi o seu contrário, encarecendo e complicando a vida dos pequenos empresários. A falta de vergonha é irmã gêmea da falta de escrúpulos.
Até que se vote o projeto da prorrogação da CPMF assistiremos a esse desfilar de maldades de projetos esdrúxulos propostos em prejuízos dos brasileiros que trabalham. Pior que não há nenhuma maneira de parar esse processo, pois toda a classe política torna-se sócia na arrecadação prevista, então ninguém no Congresso quer ser advogado daqueles que lhes deram voto, os eleitores. É uma traição aos cidadãos e à democracia. Nenhum eleitor deu mandato para essa matilha tomar a renda nacional como butim a ser repartido pelos grupos políticos. Dá nojo.
A imprensa, por seu turno, amordaçada ou comprada, não faz o que deveria fazer, levar a toda gente a inteira dimensão do assalto a mão armada (afinal o Estado declara ter o monopólio do uso da força) contra o contribuinte. Ela própria é sócia do butim, recebendo verbas publicitárias, empréstimos subsidiados e reserva de mercado à prova de concorrência.
É a marcha para o abismo a que nos conduzem os petistas governantes, apoiados até mesmo por aqueles que são oposição de boca. Oposição de araque é o que são. Vivemos o regime de partido único, que cada vez mais se confunde com o Estado. Só em um ambiente totalitário medidas assim são aprovadas sem uma rebelião popular.
Jose Nivaldo Codeiro
1) O que significa IPPF?
Federação Internacional de Planejamento Familiar (International Planned Parenthood Federation).
2) O que é "planejamento familiar"?
Planejamento familiar ("family planning") é um eufemismo para controle de natalidade ("birth control"). Em 1942 a "Birth Control Federation of América" (Federação de Controle de Natalidade da América) mudou seu nome para "Planned Parenthood Federation of America" (Federação de Planejamento Familiar da América). " A razão da mudança de nome é simples: a derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial e o conhecimento maciço de sua loucura eugenésica e racista, faz perder adeptos a seus seguidores norte-americanos. Por isso substituem o termo controle de natalidade pelo de planejamento familiar e se afastam exteriormente das teorias racistas e eugenésicas. " (p. 20-21).
3) Por que Jorge Scala chama a IPPF de "a multinacional da morte"?
Porque ela, com sede em Londres e filiais em 180 países, converteu-se " na maior instituição antivida, melhor financiada e com maior força em nível internacional, existente na atualidade " (p. 21). Suas filiais "aglutinam e dirigem toda a atividade privada em torno do planejamento familiar. Para isso abrem clínicas onde se realiza todo tipo de atividade contraceptiva (incluindo abortos e esterilizações, se a legislação local o permite; caso contrário, lutam pela despenalização de ambos) " (p. 16). Jorge Scala cita um documento do Pontifício Conselho para a Família chamado "A serviço da vida", de 22/04/1991: "O movimento pró-aborto, em nível internacional, baseia-se, sobretudo, na atividade da IPPF [...] e sobre outros organismos que atuam na perspectiva neomalthusiana do controle demográfico obtido também através da promoção do aborto " (p. 17).
4) Quem fundou a IPPF?
Margaret Sanger (1883-1966), norte-americana, filha de pais irlandeses. De ideologia eugenista, "Sanger abre em 1916 sua primeira clínica para o controle de natalidade, com slogans como 'Os seres sãos devem procurar procriar abundantemente e os ineptos devem abster-se... este é o principal objetivo do controle da natalidade' e 'o controle dos nascimentos facilitará a criação de uma raça superior'. Também dizia: 'mais crianças dos capacitados, menos dos incapacitados'" (p. 19).
"Em 1921 funda a Liga Norte-americana para o Controle da Natalidade (mais conhecida como Birth Control). Em 1922 publica seu livro 'Pivô da civilização', onde suas idéias racistas se destacam plenamente, ao queixar-se que 'os filantropos que proporcionam cuidados gratuitos de maternidade estimulam os segmentos mais sadios e normais do mundo a suportar a carga da fecundidade irreflexiva e indiscriminada dos demais: o que traz consigo um peso morto de desperdício humano; em lugar de diminuir e dedicar-se a eliminar as estirpes que mais prejudicam o futuro da raça e do mundo, tendem a torná-las dominantes em um grau ameaçador' " (p. 19-20).
"Em 1939 a Liga Norte-americana para o Controle de Natalidade se transformou na Federação para o Controle da Natalidade" (p. 20). Como já vimos, em 1942, esse nome mudaria para "Federação de Planejamento Familiar da América". " Em 1952, com o auspício do multimilionário norte-americano John D. Rockefeller III, fundem-se 8 associações de vários países e constituem em Londres a Federação Internacional de Paternidade Planificada (IPPF), da qual a Paternidade Planificada norte-americana é uma de suas [...] filiais nacionais " (p. 21).
A criação dos termos "planned parenthood" (paternidade planificada) e "family planning" (planejamento familiar) em substituição a "birth control" (controle de natalidade) foi apenas uma mudança de fachada. O único "apoio" que a IPPF dá aos pobres é impedir que eles tenham descendência. E para isso, vale tudo, principalmente o aborto.
5) Qual é o objetivo da IPPF?
"Fazer diminuir as taxas de natalidade dos países pobres, até alcançar a dos países ricos, com o objetivo de manter o atual equilíbrio econômico e político e, por conseguinte, a continuidade da submissão do Terceiro Mundo aos países desenvolvidos " (p. 16).
6) Mas o alto crescimento demográfico dos países pobres não é um empecilho ao seu desenvolvimento?
Essa é uma das grandes mentiras demográficas, que Jorge Scala desmente no capítulo 12 de seu livro (p. 277-296). As verdades demográficas estão listadas no capítulo 5 (p. 61-82): 1. É antinatural separar a sexualidade da procriação. 2. A humanidade sempre cresceu. 3. A diminuição da população é prejudicial para a sociedade . 4. A população dos países em desenvolvimento cresceu exponencialmente durante o século XX. 5. Os países desenvolvidos dirigem-se rapidamente ao "suicídio demográfico" e pretendem que o resto das nações os acompanhe . Segundo o autor, "os grandes avanços na história européia e em sua cultura coincidem com épocas de forte incremento populacional. Por exemplo: a Itália passa de 7.500.000 habitantes no ano 1450 para 10.500.000 no ano 1500, coincidindo com o esplendor cultural e econômico do Renascimento Italiano. Outro caso: a Revolução Industrial começa na Inglaterra, que passa de 10.900.000 habitantes no ano 1800 para 36.900.000 no ano 1900 " (p. 70-71).
Para que a população fique estagnada, ou seja, não cresça nem diminua, é necessário que uma geração pelo menos reponha a outra. "Para isso, nos países com melhor atenção sanitária e alimentação, requer-se uma taxa de 2,1 filhos por mulher [em idade fértil]" (p. 73). Ora, há muito tempo os países europeus têm uma taxa bem menor que essa. Como conseqüência, a população sofre um envelhecimento, com cada vez mais cidadãos inativos por um ativo, o que acarreta uma crise no sistema de seguridade social (cf. p. 14). Isso leva a um colapso da economia, como ocorreu com o Império Romano, que caiu depois que sua população começou a decrescer vertiginosamente (cf. p. 69).
7) A IPPF é a única organização internacional de controle de natalidade?
Não. Ela conta com numerosos e fortes aliados: 1. Os organismos multilaterais de crédito, como a USAID (Agência Internacional para o Desenvolvimento), o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, que " condicionam toda ajuda econômica ao cumprimento de metas demográficas pautadas em cada empréstimo " (p. 16). 2. Alguns organismos das Nações Unidas, como a OMS, o PNUMA, o FNUAP, a UNESCO, a FAO e a UNICEF. " Exercem coação em nível de governo, a fim de que adotem políticas de controle de natalidade. Supervisionam os programas financiados nacional ou internacionalmente, destinados a saúde 'reprodutiva' – ou seja, a implantação do planejamento familiar nos hospitais públicos – e a educação em matérias de saúde, população e sexo. 'Capacitam' funcionários, agentes sanitários e sociais e educadores, para que executem os programas ditos acima " (p. 16). 3. Por fim, o Grupo Parlamentar Internacional (GPI), que é o braço legislativo da IPPF, de que o autor trata no capítulo 9 (p. 175-184). "A I Conferência de Parlamentares sobre População e Desenvolvimento se efetuou em Brasília em dezembro de 1982. No ano seguinte se fundou o GPI, como fruto de tal reunião " (p. 176). O GPI se divide em grupos nacionais, que são "verdadeiros lobbies integrados por legisladores e ex-legisladores dos países, cuja função é coagir seus pares e os funcionários dos poderes executivo e judiciário, a fim de que adotem em seus respectivos âmbitos, as políticas de controle populacional " (p. 16).
8) No Brasil existe alguma filial da IPPF ou algum grupo de parlamentares membro do GPI?
No Brasil, a filial da IPPF chama-se BEMFAM (Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil), fundada em 1965 (p. 194-195), grande fomentadora da anticoncepção, da esterilização e, atualmente, do aborto. Há também em nosso país o Grupo Parlamentar de Estudos em População e Desenvolvimento (GPEPD), que durante a Assembléia Nacional Constituinte, que iria elaborar a Constituição de 1988, " recebeu a generosa quantia de US$ 112.755 para inserir o tema 'planejamento familiar' em nossa Carta Magna " (p. 334). O resultado foi o parágrafo 7° do artigo 226 da Constituição Federal, que trata do "planejamento familiar".
9) Qual foi a conseqüência da introdução do "planejamento familiar" na Constituição Federal Brasileira?
"Bem depressa um deputado do Partido dos Trabalhadores (PT), Eduardo Jorge (PT/SP), entrou com um Projeto de Lei (PL 209/91) para 'regulamentar' esse dispositivo constitucional. E, como não podia deixar de ser, tal regulamentação incluía a legalização da esterilização, como meio legítimo de 'planejamento familiar'. Aprovado, o projeto transformou-se na lei 9263/96, que 'regula o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece penalidades e dá outras providências' " (p. 335). Foi assim legalizada a esterilização no Brasil.
10) A IPPF costuma respeitar as leis dos países onde ela tem filiais?
De maneira alguma. A IPPF assim instrui suas filiais espalhadas por todo o mundo: "As Associações de Planejamento Familiar e outras organizações não-governamentais não deveriam usar a ausência de leis ou a existência de uma lei desfavorável como uma escusa para a inação; a ação fora da lei e até a violação da mesma é parte do processo de mudança" (p. 185). Uma outra estratégia importante é a re-interpretação da lei de modo a favorecer o aborto. Leiamos o trecho seguinte, extraído de uma declaração de março de 1991, feita por dois comitês especializados da IPPF: o Grupo Internacional para Assessoramento Médico ( International Medical Advisory Panel — IMAP) e o Grupo Internacional para Assessoramento de Programas. As recomendações se dirigem especificamente às associações "em países onde há restrições legais ao aborto e/ou ao planejamento familiar": " Estabelecer laços com advogados que estejam dispostos a defender nos tribunais o pessoal de saúde ou usuários acusados de haver levado a cabo ou tentado um aborto seguro. Eles poderiam também aceitar defender casos polêmicos para exercer pressão em prol de uma interpretação mais liberal de certas leis." (p. 188).
11) O que Jorge Scala propõe para fazer frente à IPPF e a seus aliados?
a) "Associar-se em organismo com peso local, nacional e internacional. Para opor-se à "multinacional da morte" é preciso desenvolver a "multinacional da vida" [...] Há vinte anos as famílias tinham o direito de associar-se; hoje têm o dever de fazê-lo; sua sobrevivência o requer " (p. 313). b) "Multiplicar grupos e instituições de estudo, em nível científico e acadêmico" (p. 314). c) Investir nos meios de comunicação social. d) Fazer lobby com as autoridades. " Este é um ponto fundamental, que se não se trabalha responsavelmente, pode malograr uma enorme quantidade de esforços. As associações, instituições educativas e meios de comunicação devem ter um objetivo principalmente Político – com maiúscula e isento de toda bandeira ou partidarismo: influir nos governos, parlamentares, magistrados, membros de organismos internacionais e organismos não governamentais, para integrá-los à 'cultura da vida' " (p. 314).
[*] SCALA, Jorge. IPPF: a multinacional de morte. Tradução de Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz. Anápolis: Múltipla Gráfica, 2004.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Democracia!? Será!?

É de Adam Smith uma das sentenças mais cruéis que conheço sobre a natureza dos homens, mas nem por isso falsa: “Tudo para nós mesmos e nada para os demais perece ter sido, sempre e em qualquer lugar, a máxima vil dos seres humanos”. Algum tempo depois, em sintonia com o pensamento do grande mestre escocês, James Madson cunhou uma das frases símbolo da revolução norte-americana: “Se os homens fossem anjos, não precisaríamos de governos”. Por outro lado, prossegue Madson, “se os anjos governassem os homens, nenhum controle, externo ou interno, sobre o governo seria necessário”.


Diversos filósofos e políticos já foram confrontados por este difícil dilema: os homens, sendo o que são, necessitam de um governo, uma força maior e mais poderosa que qualquer indivíduo ou grupo de indivíduos, capaz de evitar o que Hobbes chamava de “estado natural de guerra”. Por outro lado, os homens também precisam de proteção contra os abusos desta mesma força e, especialmente, contra a sua inerente propensão à corrupção e ao despotismo.


O conflito social fundamental, portanto, não é – e nunca foi – a famigerada luta de classes descrita por Marx, mas o combate quase sempre desigual entre os indivíduos e o poder político, personificado pelo governo. Os ingleses propuseram amenizar esse inevitável confronto de forças assimétricas, ao menos parcialmente, através da instituição do parlamento, destinado a tentar controlar os excessos e abusos do poder real. Uma outra receita mais ou menos eficaz foi a introdução das chamadas normas constitucionais, cujo principal objetivo era deixar claros os limites de ação dos governos e dar garantias de que certos direitos individuais irrefutáveis seriam respeitados.


De todas, a Constituição americana foi, de longe, a que produziu os melhores efeitos e, não por acaso, é a mais antiga. Calcada na doutrina jus-naturalista de John Locke, ela consagrou a idéia dos direitos naturais do ser humano e colocou, de forma clara e precisa, controles e limitações aos poderes do governo. Por incrível que possa parecer aos olhos de alguns, a preocupação maior dos fundadores do Estado americano não era com a democracia, “a pior forma de governo, exceto todas as outras”, nas palavras de Churchil, mas com a manutenção dos direitos naturais do homem, para eles “auto-evidentes” e “outorgados pelo próprio Criador”.


É do magistral Frédéric Bastiat a mais clara e concisa definição que conheço a respeito da primazia da lei natural sobre a lei dos homens: “A vida, a liberdade e a propriedade não existem pelo simples fato de os homens terem feito leis. Ao contrário, foi pelo fato de a vida, a liberdade e a propriedade existirem antes que os homens foram levados a fazer leis”. Portanto, temos direitos que antecedem a qualquer governo sobre a terra; direitos que não podem ser afastados ou contidos pelas leis dos homens; direitos inerentes à nossa própria condição de seres humanos.


Os fundadores da república norte-americana sabiam que aqueles direitos são intrínsecos à nossa própria existência, não por mera concessão do Estado ou do poder político. Para eles, o governo só fazia sentido se o objetivo fosse evitar que um cidadão violasse os direitos naturais inalienáveis de outro. Sabiam que o poder soberano era – será sempre! - do indivíduo, e o governo não é mais que um agente em defesa dos seus direitos.


Nos regimes meramente democráticos, nada impede que a maioria estabeleça ou modifique as regras a seu bel prazer. Neles, a lei dos homens é qualquer coisa que a vontade da maioria determine que seja. Se a lei natural inexiste, quaisquer direitos passam a ter conotação de privilégios, de permissões que são outorgadas e podem ser retiradas a qualquer tempo pelo arbítrio da maioria e de seus representantes eleitos. Não é difícil enxergar que, no contexto político, quando esse poder ilimitado é dado ao grupo majoritário, o resultado tende a ser catastrófico. Na Grécia antiga, por exemplo, o voto da maioria sentenciou à morte o excelso Sócrates, não por um crime hediondo, mas por conta de seus “ensinamentos controversos”. Há apenas setenta e poucos anos, também o sufrágio da maioria elegeu, na Alemanha, o Partido Nazista e seu líder de triste memória, Adolf Hitler. Recentemente, tanto Hugo Chávez, na Venezuela, quanto Robert Mugabe, no Zimbabwe, foram alçados ao poder pelo voto popular. Os resultados todos nós conhecemos bem.


O fato é que, numa democracia “stricto sensu”, nada impede que 51% dos votantes decidam escravizar os 49% restantes. Se aos representantes da maioria é dado o poder de decidir sobre todas as coisas; se isto que os liberais chamam de direitos naturais não forem mantidos acima de qualquer lei criada pela vontade dos homens, tudo é possível e o poder não encontrará nenhuma barreira em sua marcha rumo à tirania total.


A grande verdade é que a situação de um indivíduo feito escravo ou espoliado pelo voto da maioria não é em nada diferente da de outro, subjugado e explorado pelo despotismo absolutista. Não é por acaso, portanto, que os socialistas contemporâneos atribuam dotes divinos a esta vaga quimera que chamam “democracia”, como se nela estivesse a fonte de toda justiça e sabedoria coletivas. O endeusamento do poder das maiorias e o uso do sufrágio universal como justificação para qualquer ato, por mais arbitrário que seja, foi a forma encontrada pelos modernos marxistas para impor e justificar as suas idéias despóticas sem resistência.


Com efeito, o foco no chamado “direito positivo” e a sublimação do poder da maioria pelo voto – que não é outra coisa senão a transformação da democracia num fim em si mesma - têm proporcionado aos próceres do esquerdismo um poderoso argumento para justificar os mais grotescos espetáculos de tirania, onde as mais comezinhas regras universais de justiça são postas de lado, em favor de abstrações, como “justiça social”, “interesses do povo” ou “bem comum”.


Não devemos nos iludir: uma nação é livre não porque elege os seus representantes pelo voto direto, mas porque os direitos naturais universais dos seus indivíduos – vida, liberdade e propriedade - estão todos devidamente protegidos e prevalecem sobre quaisquer leis humanas. A democracia não é um valor social ou moral inquestionável, um fim a ser alcançado, como pretendem alguns. Ao contrário, ela é somente um meio, o menos pior dos sistemas de governo até hoje experimentados.
Por Joao Mauad, adm. de empresas formado pela FGV/RJ

sexta-feira, 10 de agosto de 2007


© 2007 MidiaSemMascara.org
“Lula não é comunista. Ele é, na nova moldura petista, um socialista revolucionário, amante da democracia radical onde, segundo a socióloga e ideóloga petista Marilena Chauí, o conflito é um aspecto imanente. Ela se refere à luta de classes ou, de forma mais ampla, ao conflito entre a ‘classe dominante’ ou ‘bloco histórico no poder’ versus ‘os excluídos’ ou ‘novo bloco histórico’ que luta pelo poder”.
(artigo “Rememorar uma velha história sabida”, de José Luiz Sávio Costa)
Segundo os jornais de 31 de julho de 2007, a dona Marilena Chauí, professora da Universidade de São Paulo e filósofa orgânica do Partido dos Trabalhadores, declarou que “a imprensa montou um cenário de golpe de Estado durante a cobertura do acidente com o avião da TAM. A grande mídia foi montando, primeiro um cenário de guerra e, depois, de golpe de Estado”. Isso ela escreveu no texto “A Invenção da Crise”, publicado no site do jornalista Paulo Henrique Amorim, outro petista de carteirinha.
Esse, segundo a dona Marilena, “é simplesmente mais um episódio do fato da mídia e certos setores oposicionistas não admitirem a legitimidade da reeleição de Lula”. Recorde-se que em 2006 a dona Marilena usou o mesmo chavão, dizendo que o mensalão “foi uma construção fantasmagórica da mídia”, ignorando que 40 quadrilheiros foram denunciados ao STF pelo Procurador-Geral da República como os responsáveis pela tal “construção fantasmagórica”.
Para dona Marilena, as publicações de diversos jornais sobre o acidente com o avião da TAM, bem como a falta de respeito do Sr. Marco Aurélio Garcia, também professor da Unicamp e assessor para assuntos internacionais do governo Lula, fazendo gestos obscenos de uma das janelas do Palácio do Planalto, bem como as frases dos ministros Guido Mantega, que classificou a crise nos aeroportos como “sinal de prosperidade econômica”, e da ministra do turismo (cargo adequado à sua personalidade) Marta Suplicy, que sugeriu às famílias que passavam horas, dias e noites nos aeroportos, esperando seus vôos, muitas vezes acompanhadas de crianças e pessoas doentes, para que “relaxem e gozem”, é um exagero da mídia que inventou a crise aérea.
Em um texto intitulado Invenção da Crise (http://betobiologia.blogspot.com), a dona Marilena comparou a explosão do avião, noticia dada por todos os canais de TV, contra o prédio da TAM, com o bombardeio do Palácio La Moneda, no Chile, em 11 de setembro de 1973 (sic) imaginando a ocorrência de uma guerra civil ou de um golpe de Estado. “Em certos casos” – escreveu ela – a atitude (dos canais de TV) chegou ao ridículo, estabelecendo relações ente o acidente da TAM, o governo Lula, Marx, Lenin e Stalin, mais o Muro de Berlim”(!)
De resto, como o título do seu texto indica, a crise aérea não passa de uma invenção da mídia.
A uma pergunta de Paulo Henrique Amorim (http://betobiologia.blogspot.com) se ela, dona Marilena, vislumbra “sinais de uma nova (sic) tentativa de impeachment”, respondeu afirmativamente, pois “a mídia e setores da oposição política ainda estão inconformados com a reeleição de Lula e farão durante o segundo mandado o que fizeram durante o primeiro, isto é, a tentativa contínua de um golpe de Estado. Tentaram desestabilizar o governo usando como arma as ações da Polícia Federal e do Ministério Público e, depois, como caso Renan”.
É oportuno recordar que em 2005, no seminário “O Silêncio dos Intelectuais”, a dona Marilena fez jus ao título do seminário, mantendo-se calada.
Todos conhecem os fatos que a dona Marilena chama de “tentativa de golpe”. Nesse seminário, instada a falar sobre eles, a comentar as notícias sobre corrupção do partido ao qual pertence, o PT, a professora da USP disse que não havia dados suficientes para fazer um julgamento. Segundo ela, não era possível confiar nos meios de comunicação, pois estes eram pautados por “organismos tucanos”. De qualquer forma, aduziu, “se culpa havia, não era do PT, mas do próprio sistema político brasileiro, no qual o presidente nunca tem maioria no Congresso e é obrigado a negociar com os partidos” – como se a única forma de estabelecer essa negociação política fosse subornando deputados, dando-lhes dinheiro.
Finalmente, recorde-se um capítulo nebuloso da vida acadêmica de dona Marilena e a justificativa que deu sobre o fato quando, de certa feita, dona Marilena, musa da esquerda nacional, foi denunciada por plágio por José Guilherme Merquior. Plagiou textos inteiros do ex-namorado Claude Lefort – e depois se justificou dizendo que “entre os lençóis seria difícil saber o que é de quem”. Não deixa de ser hilário e, como disse a ilustre ministra do Turismo, “relaxa e goza”.
Sobre os mais de 200 mortos, nem uma palavra...ignorando.
Por Carlos I. S. Azambuja - historiador.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Essa é a cidadania que o Lulla se orgulha!?

Um conhecido meu, que pediu para não ser identificado, substituiu o computador Pentium II por um Pentium IV. Ficou na dúvida: que fazer com o aparelho velho, que no mercado só vale uns R$ 200,00? Não seria melhor doar para quem precisa?
Foi o que fez o meu amigo no final do ano passado. Resolveu doar o Pentium II, com DVD recorder, placa de som, placa de rede, placa de imagem, monitor LG e impressora à jato de tinta HP à filha da mulher que faz faxina em sua casa, uma garota de uns 8 anos de idade e com problemas sérios de saúde (utiliza uma sonda no abdômen, para alimentação). Seria esse o presente de Natal para a família que limpa sua casa.
Como a faxineira é muito pobre, meu amigo providenciou o transporte da aparelhagem até o barraco dela, que fica numa das cidades-satélites de Brasília, a uns 20 km de distância de onde mora. Gastou gasolina do próprio bolso e os pneus do próprio carro para, pessoalmente, instalar o computador na casa da família pobre.
Porém, lá chegando, deparou-se com uma situação surrealista: a dona da casa não permitiu a instalação do computador. Por quê? A menina da faxineira está inscrita num programa do governo do DF que diariamente doa pães e leite a famílias que passam necessidade. O medo da mãe é que algum burocrata do governo passe pela casa, veja o computador e corte o fornecimento do pão e do leite. Temendo tal retaliação, o computador foi escondido dentro de um armário.
É o fim da picada. O que o computador tem a ver com o programa "social" do governo? Não é um simples aparelho que vai tirar a família da miséria, assim de uma hora para outra. Com o computador ligado ou desligado, as necessidades da família de quatro pessoas (sendo uma, a avó, cega) vão continuar a ser as mesmas. Porém, a médio e longo prazo, a habilidade que a menina poderia adquirir com a utilização do computador, e o conhecimento decorrente do uso dessa maravilhosa máquina, poderiam traçar um destino melhor para a família, pois a menina teria muito melhores condições de fazer, mais adiante, uma faculdade e conseguir um bom emprego, ajudando toda a família a sair da miséria.
O que se vê nesses programas do governo que Jarbas Passarinho chamou de "marsupiais" (bolsa pra isso, bolsa pra aquilo) é a eternização da miséria das famílias carentes. Através de uma doação que é um pouco mais do que uma simples esmola, o governo cria um círculo vicioso que nunca tem fim, pois o que tira um indivíduo da miséria e lhe dá segurança e dignidade é um emprego. Nem sequer um trabalho o governo exige dessas famílias em troca do pão e do leite que doa, como a pintura de faixas de pedestres, serviços de capina e tapa-buracos no asfalto, só para citar algumas das prementes necessidades de qualquer município. Tudo o que vem de graça não é valorizado. O único beneficiado com esses ditos "programas sociais" é o governante que, em troca de um pouco de comida ou de um cartão magnético, vai pedir votos mais adiante para se reeleger - uma forma moderna de voto de cabresto.
Já dizia Luiz Gonzaga que "a esmola vicia o cidadão". Em "Vozes da Seca", de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, há a seguinte estrofe:
"Seu doutor, os nordestinos têm muita gratidão/ pelo auxílio dos sulistas nessa seca do sertão/ mas doutor, uma esmola pra um homem que é são/ ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão/ dê auxílio ao nosso povo/ encha os rios de barragem/ dê comida a preço bom/ não esqueça a açudagem/ livre assim nós da esmola/ que no fim dessa estiagem/ lhe pagamo inté os juros/ sem gastar nossa coragem".
O computador, até hoje, continua desligado na casa da menina. Louca para ligar o aparelho, ela não entende porque deva ser prejudicada em troca de um pão e de um litro de leite. A pobreza da família, esta, ao contrário, está cada vez mais "ligada", muito longe de acabar. Triste país, o Brasil!
Por Felix Maier

sábado, 4 de agosto de 2007


O que pretendem os tais cansados?
Vejamos. A iniciativa dos atos Cansei! em todo o Brasil foi da OAB-SP, uma entidade que prima pelo corporativismo, pelo apoio a todas as ações esquerdistas pelo país afora, pela defesa dos “direitos humanos” - dos bandidos, bem entendido, pois eles são os “excluídos” e as vítimas são burgueses que merecem ser roubados sem chiar (com exceção de seus familiares, of course) - pela intromissão em todas as áreas da República, enfim, parte importante da “sociedade civil organizada” de que o PT, o PSDB e todos os partidos de esquerda dependem. Só por aí já ponho minhas barbas de molho.
O presidente da dita OAB em entrevista à CBN, na noite do último dia 31, simultaneamente com o Presidente da CUT, disse que a sociedade não deveria se preocupar, pois era “um movimento apolítico, sem qualquer pretensão política, sem cobrar nada de ninguém”, apenas para que todos possam juntos, naquele minuto de silêncio, se concentrar nessa confusão toda e pedir por um país melhor. Ora, é o que o PT promete: um mundo melhor é possível! O Presidente da ONG Farol da Democracia Representativa, Jorge Roberto Pereira, pergunta: “Pedir para quem? Já que não tem qualquer pretensão, para que fazer?”.
Noutra entrevista dia 2, no programa de Boris Casoy, o mesmo senhor da OAB disse que o movimento não é contra o governo, e reiterou que se trata de um movimento apolítico, deve ser proativo, com sugestões ao governo. E atenção, o melhor está por vir: declarou que está em contato permanente com o Ministro da justiça Tarso Genro e com o Presidente Lula.
Bolas, que raio de oposição é esta que realiza atos públicos em íntimo contato com o Ministro da Justiça e o Presidente da República? Está certíssimo Jorge Roberto, pois como “retomar o Brasil apossado por uma quadrilha que o está levando ao caos” de forma apolítica e em contato estreito com os chefes do que eles chamam de quadrilha? Ora, o governo é política pura e nada mais, e o é por dever de ofício. Lá se encontram políticos eleitos pela sociedade e não pessoas “cívicas”. Como, então, se pode ser contra o governo sem ser politicamente? Não dá para entender! São amadores que pretendem tomar as ruas? O protesto silencioso, comenta outro correspondente, “...de tão ingênuo, chega às raias da tolice. Ou seja, qualquer ex-militante comunista conhecedor das mínimas técnicas de agitação e propaganda sabe que fazer silêncio em manifestações é não manifestar coisa alguma. Carreata, passeata, buzinaço, apitaço, panelaço, carro de som, etc., são as técnicas mais eficientes de se chamar a atenção para uma causa; qualquer que seja ela”.
E os profissionais das ruas, a CUT, já programou a sua manifestação, o “Cansamos”, para ocorrer na mesma ocasião. Diz na mesma entrevista (a primeira citada), o Presidente desta entidade, que “já estava na agenda dos trabalhadores, há muito tempo, e vai apresentar os pontos que provocam esse cansaço em toda a classe: o excesso de horas de trabalho, o excesso de dias trabalhados por semana, taxas de juros altas, etc. A coincidência de datas foi somente um acidente, não é um contraponto”.
Mais uma vez está com razão Jorge Roberto ao dizer que “o Presidente da CUT está certo. Não se trata de contraponto nenhum. É intimidação mesmo, demonstração de força e de capacidade de mobilização e de militância. Melhor demonstrada ainda se resolverem fazer um ‘panelaço’, ao invés de ‘um minuto de silêncio’”, e eu acrescento: no exato minuto do silêncio dos inocentes! Que de silêncio se tornaria em algazarra, ridicularizando completamente o movimento dos amadores cansados. Hannibal, the Canibal deve estar vibrando em sua cela: Jodie Foster caiu na esparrela!
Mais profissional ainda, “Nosso Guia” afirmou em Cuiabá que as vaias não o intimidam, e não vão afastá-lo das ruas e trancá-lo em seu gabinete no Palácio do Planalto. Ele chamou para o desafio os brasileiros que o têm vaiado. “Se quiserem brincar com a democracia, ninguém sabe nesse País colocar mais gente na rua do que eu”! E continuou dando seu recado: “Os que estão vaiando são os que mais deveriam estar aplaudindo. Foram os que ganharam muito dinheiro nesse País no meu governo. É só ver quanto ganharam os banqueiros os empresários”. E completou em outra entrevista: “Gente que ficou contente com os 23 anos (foram 21, Excelência) de regime militar e está incomodada com a democracia, porque a democracia pressupõe o pobre ter direitos” (...) “querem reviver 64, com as 'Marchas da Família com Deus pela Liberdade', são saudosos da ditadura, mas que não brinquem com a democracia porque o vem depois é muito pior”.
É claro que Lula exagerou na dose; a maioria sequer sabe realmente o que foram os anos de regime militar a não ser o que ele e seus companheiros permitem que se saiba: sua própria “história oficial” dos “anos de chumbo” que há alguns anos ele confidenciava que foram anos de pleno emprego e que Médici seria eleito se houvesse eleições. Mas, certamente são pessoas que adoram uma universidade estatal para seus filhos - para sobrar dinheiro para viajar à Europa, que ninguém é de ferro - apóiam a Petrossauro, Furnas e demais estatais (visando empregos milionários). Aposto que se alguém pegasse um microfone defendendo o liberalismo, a desestatização total da economia, o fim da universidade gratuita e das mamatas, seria mais vaiado ainda do que o Lula.
Mas esta observação do Presidente não foi ao acaso. É mais uma intimidação: cuidado, eu não sou o Jango, eu tenho apoio popular, as Forças Armadas estão neutralizadas e quem leva esta parada sou eu e o PT. E leva mesmo. Ele sabe muito bem, que as marchas de 64 tinham conteúdo político e mais: ideológico! Havia no mínimo quatro Governadores de estados importantes na oposição de verdade - Lacerda, na Guanabara; Adhemar de Barros em São Paulo; Magalhães Pinto, em Minas; Meneghetti, nos Pampas. As Forças Armadas estavam articuladas e eram ideologicamente preparadas para enfrentar a guerra revolucionária, assim como a Igreja Católica. E foi então que as esquerdas aprenderam a ler Gramsci: primeiro a hegemonia, a tomada do aparelho do Estado e a modificação do senso comum, só depois a tomada do poder. E aprenderam tão bem que todos os “intelectuais” e a maioria do povo hoje só sabe raciocinar - se é que isto é raciocínio - dentro do lixo marxista-leninista que nos impingiram durante 40 anos.
O que temos hoje? Oposição no Brasil? Faz-me rir! Esses movimentos, sem organização e coragem de desmascarar com todas as palavras o processo inteiro, com conteúdo político e ideológico, com todos os nomes e definições, não vão levar a nada. Pior, corre o risco de servir de pretexto para que dêem o golpe alegando “ameaça de golpe” e acabem com os últimos resquícios de liberdade no país. E, realmente, o que pretendem com isso? Na hipótese remota de que consigam derrubar o Lula, quem entra no lugar dele? O aparelho do Estado está tomado e ainda que isso acontecesse os remanescentes dentro da máquina ainda teriam condições de fazer o que bem entendessem. Outro correspondente lembra que em Cuba, desde a tomada do poder por Fidel, estão proscritos todos os movimentos políticos, mas manifestações “cívicas” e “apolíticas” como esta - certamente em contato diário dos organizadores com Fidel - são permitidas e até encorajadas para mostrar ao mundo como lá existe liberdade.
Com esta oposição inconseqüente e sentimentalóide estamos fritos e mal pagos e o MAG ainda vai fazer aquele gesto gentil mais vezes: a ingenuidade deste povo é tudo o que eles queriam.
O autor é escritor e comentarista político, membro da International Psychoanalytical Association e ex-Clinical Consultant, Boyer House Foundation, Berkeley, Califórnia, Membro do Board of Directors da Drug Watch International, e Diretor Cultural do Farol da Democracia Representativa (www.faroldademocracia.org) . Possui trabalhos nas áreas de psicanálise e comentários políticos publicados no Brasil e exterior. E é ex-militante da organização comunista clandestina, Ação Popular (AP).
Brasileiro é um povo solidário. Mentira. - Brasileiro é babaca. Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade...Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária. É Coisa de gente otária.-Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.-Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai. Brasileiro tem um sério problema. Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo. -Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.Brasileiro é vagabundo por excelência. - O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.Brasileiro é um povo honesto. Mentira. - Já foi; hoje é uma qualidade em baixa. - Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça. 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira. - Já foi. Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da Guerra do Paraguai ali se instalaram. Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime. Hoje a realidade é diferente. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como "aviãozinho" do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas. Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas. O Brasil é um pais democrático. Mentira. Num país democrático a vontade da maioria é Lei. A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia. Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita. Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores). Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.Democracia isso? Pense !O famoso jeitinho brasileiro.Na minha opinião um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira. Brasileiro se acha malandro, muito esperto. Faz um "gato" puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto...malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí? Afinal somos penta campeões do mundo né? Grande coisa... O Brasil é o país do futuro. Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos. Dessa vergonha eles se safaram... Brasil, o país do futuro!? Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo. Deus é brasileiro. Puxa, essa eu não vou nem comentar...O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.Para finalizar tiro minha conclusão:O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta deapanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente. Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta. Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim? "Carpe Diem" quer dizer "colha o dia". Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente. (Rubem Alves).."
Texto de Arnaldo Jabor

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Os aviões supervisionados pelo PT

Os aviões andaram bebendo

As coisas é que têm a culpa de tudo, o piano andou bebendo, “the piano has been drinking!” cantou Tom Waits, “my necktie is asleep”, minha gravata está dormindo, “the jukebox is taking a leak”, a vitrola foi mijar, o tapete precisa de um corte de cabelo, o afinador de pianos é surdo e eu, cá comigo, continuo: os boeings e legacies e airbuses andaram enchendo a cara tambem, enquanto os jornais teimam em nos propagar catástrofes que, no dizer das autoridades, se produziram sozinhas como cogumelos autóctones, enquanto o presidente some sob as vaias do Pan e, magoado, se esconde sob os tersóis do palácio, iluminado pela aura do botox que resplende da primeira dama muda e as pistas dos aeroportos rolam de porre debaixo de chuva, as turbinas se revoltam, as asas tatalam e se partem, os motores se recusam a rodar e destroncam a língua em palavrões, as medalhas vêm pousar como gafanhotos nos peitos dos canalhas, os pepinos se enfiam no rabo dos brigadeiros, os mortos berram com orgulho que são cadáveres verde-e-amarelo, cem por cento nacionais e os “groovings” não são “groovy”, as ranhuras viram rêgos arrombados, os pneus rebolam como gelatina, os trens-de-aterrisagem são aleijados, os radares são morcegos drogados e os controladores são cegos de um ôlho e não enxergam com o outro.



As petistas eróticas gozam fumando charutos, os puteiros erupem como vulcões de esperma na beira das pistas, no caminho dos “airbuses”, as gargalhadas roncam nas gargantas dos ministros, a palma da mão de Deus bate contra seu sagrado punho fechado e um imenso “top top” atroa os espaços e dedos imensos se esticam do céu e nos mandam enfiá-los, deus sabe aonde e os mortos teimam em morrer e os traficantes de órgãos ficam desolados com o desperdício de corpos. Os vivos não cooperam e as pistas continuam em coma e os aviões fumam maconha e os pilotos aterram aterrados e os taxistas vigiam preocupados os negros céus de S.Paulo , os pássaros vivem em pânico e resolvem andar a pé nas estradas esburacadas, com as verbas de recuperação roubadas no ministério dos transportes, os cachorros cagam nas pistas, o ministro da Defesa se derrete e escorre para o ralo, duzentos milhões de dólares fogem às gargalhadas dos cofres da Infraero e ninguém faz nada, ninguém investiga e a grana toda voa como chuva de confete sobre a Anac que gruda o rabo do diretor na cadeira para impedir sua demissão, pois ele diz que a competência é irrelevante e que seria covardia sair agora.



Entrementes: o presidente do Senado sob suspeita, (lembram como é o nome dele?) exulta com as catástrofes pois, talvez, o olvidem para sempre, esqueçam os envelopes que voavam sozinhos para os bolsos, vindo das empreiteiras, dos açougues onde as carcaças de bois se esquartejavam em notas frias, a Gautama também comemora, (como é o nome ?), o Zuleidão mergulha eufórico nos canais de esgoto a céu aberto, enquanto os viadutos interrompidos choram de solidão, as barragens morrem de sede, as lâmpadas do “luz para todos” mergulham nas trevas, o Roriz roreja sua lama na falta de memória do povo, os intelectuais continuam calados, a USP dorme o sono dos injustos.



Em meio a isso tudo, o rio São Francisco fervilha de piranhas e se recusa a ser desviado, o bispo exibicionista se empapuça de hóstias consagradas e se prepara para nova greve de fome, a opinião publica abraça lagoas e usa camisetas com a palavra paz, o Pan acaba, os traficantes comemoram o ouro que já vem vindo de novo por ai, nas linhas vermelhas e amarelas, enquanto os narizes de celebridades celebram e fazem surubas, felizes com o pó que vai voltar a chover em Ipanema e nos Jardins, as comissões de inquérito continuam a dizer que a culpa de tudo é do amigo do Homem Aranha, que tudo foi mais uma missão do “Capitão Falha Humana”, com sua cacêta sobre o planeta, que tudo é erro dos pilotos, provavelmente pilotos mansos, com dor-de-corno, largados pela mulher, enchendo as caixas pretas de lamurias, lágrimas e sambas-canção, o que os fêz deslocar manetes e manchos num desatino de ciúmes , empapuçados de lexotans ou senão dores-de-corno de urubus traído por papagaios sem vergonha, que cometeram suicídio, enfiando-se loucamente dentro das turbinas invertidas sobre os lixões.



Concomitantemente, os papeis onde o Executivo escreveu o PAC serão usados como papel higiênico no Planalto para poupar dinheiro, de modo a haver verba para contratar mais 600 imbecis para o Professor Pardal Mangabeira erguer o queixinho fascista com sotaque americano, em vez de contratar controladores de vôo novos, tudo isso rolando enquanto Renan não agüenta mais o tal recesso parlamentar, porque a esposa agora está se vingando no recesso do lar, emanando rancor e acusações mudas pelos cantos das fazendas imaginarias, enquanto continua a duvida se veremos ou não as partes intimas de Mônica (dobrem a oferta, Playboy...), enquanto a dama do charuto da Anac diz que o acidente não foi no ar, ninguém bateu no ar, logo não tem nada a ver com ela.



Finalmente, como não temos mais palavras para exprimir nossa indignação, ou melhor, como não temos mais indignação para exprimir em palavras, ou melhor ou pior ainda, como não há mais nada para exprimir ou espremer, precisamos saber urgentemente se o Olavo vai fo#*der a vida de Fabio Assunção, se Taís vai estrangular a irmã Paula e principalmente questões fundamentais como saber se “em trilha de paca, tatu caminha dentro, se jacaré no seco anda, se cavalo que galopa na bunda sua...”, em suma, as coisas importantes da vida como, por exemplo, se o passaralho vai continuar voando ou se “passarinho que come pedra sabe o cú que tem”? Será que já sabe?



E fica a certeza de que a única lei que é respeitada no país é a Lei de Murphy e que a única coisa profunda que ouvi ultimamente foi daquele americano expulso: “Welcome to Congo!” O Congo é aqui mesmo.


Arnaldo Jabor , jornalista
Jornal O GLOBO - 31/07/2007