Jornal da Globo - O assessor especial de Lula para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, assistiu no televisor de seu gabinete à reportagem sobre o defeito no reverso da turbina direita do Airbus da TAM. Ficou eufórico. Traduziu a excitação com em gestos: mão direita espalmada, desferiu tapinhas sobre o topo da mão esquerda, fechada de modo a compor um círculo com o indicador e o polegar.
Ao lado de Garcia, o assessor de imprensa do Planalto, Bruno Gaspar, também não se conteve. Executou movimentos que, embora distintos, conduzem ao mesmo significado obsceno: levou os dois braços à frente e, com as mãos cerradas, puxou os contovelos contra a cintura, adiantando levemente a pelve.
Para azar da dupla, a janela do gabinete de Garcia encontrava-se com as cortinas abertas. E o cinegrafista Rafael Sobrinho, postado do lado de fora do prédio do Planalto, filmou a cena. Ouvido na seqüência, Garcia disse que as imagens, “tomadas de forma clandestina”, não refletem uma comemoração, mas a “indignação frente a uma determinada versão que se quis passar à opinião pública atribuindo ao governo a responsabilidade por um acontecimento dramático”. Então, tá!
Na véspera, por ordem expressa do Palácio do Planalto, a Infraero havia liberado o vídeo com as imagens que mostraram ao país a velocidade excessiva com que o Airbus da TAM cruzou a curta pista de pouso de Congonhas. Depois de lidar com o caos aéreo com uma inércia de dez meses, o governo age com rapidez inaudita para afastar das cercanias do Planalto os cerca de 200 corpos produzidos pela maior tragédia da aviação brasileira.
Ao lado de Garcia, o assessor de imprensa do Planalto, Bruno Gaspar, também não se conteve. Executou movimentos que, embora distintos, conduzem ao mesmo significado obsceno: levou os dois braços à frente e, com as mãos cerradas, puxou os contovelos contra a cintura, adiantando levemente a pelve.
Para azar da dupla, a janela do gabinete de Garcia encontrava-se com as cortinas abertas. E o cinegrafista Rafael Sobrinho, postado do lado de fora do prédio do Planalto, filmou a cena. Ouvido na seqüência, Garcia disse que as imagens, “tomadas de forma clandestina”, não refletem uma comemoração, mas a “indignação frente a uma determinada versão que se quis passar à opinião pública atribuindo ao governo a responsabilidade por um acontecimento dramático”. Então, tá!
Na véspera, por ordem expressa do Palácio do Planalto, a Infraero havia liberado o vídeo com as imagens que mostraram ao país a velocidade excessiva com que o Airbus da TAM cruzou a curta pista de pouso de Congonhas. Depois de lidar com o caos aéreo com uma inércia de dez meses, o governo age com rapidez inaudita para afastar das cercanias do Planalto os cerca de 200 corpos produzidos pela maior tragédia da aviação brasileira.
Escrito por Josias de Souza às 01h59
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