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terça-feira, 27 de março de 2007

Politica e Educação

POLITICA E EDUCAÇÃO

O cenário político brasileiro vem mostrando o quão difícil é educar os políticos para que possam praticar uma política séria que se aproxime das teorias políticas históricas dos grandes filósofos políticos do século XVI ao século XIX.
Levando em consideração que todo o político, um dia, foi estudante, a culpa é dos professores, mas também temos que considerar os sistemas políticos vigentes ao longo do tempo. O cenário político mundial sempre teve a preocupação em dominar territórios, conseqüentemente populações que favorecessem seus regimes e que as vantagens econômicas e políticas fossem gradativamente cada vez maiores.
A política é uma arte que envolve raciocínio, argumentação, oratória, mas como podemos analisar a política atual onde o conhecimento é coadjuvante dentro do contexto de formulação de uma teoria, um projeto ou uma ação? Há séculos a política está a serviço da sociedade para com ela projetar melhores condições de trabalho e bem estar para toda a sociedade, teoricamente é coerente, mas a prática é bem diferente e muito entristecedora. Mostra políticos mal preparados, não para a política, mas para a vida, sem o conhecimento mínimo, para assim poder executar a arte política, através da argumentação, oratória e principalmente pelo raciocínio.
A educação que tanto se fala é a transmissão e a interpretação do conhecimento que cada cidadão irá receber e fazer uso conforme sua posição na sociedade, mas a filosofia, ciência sábia do pensamento humano, vai mais além, afirmando que a educação são etapas de conhecimento que o homem adquire com o tempo. O que observamos, no entanto, é uma educação que não vem contemplando com a sua funcionabilidade de preparar o cidadão através das ciências humanas e exatas para um futuro próspero e para ser um formador de opinião. A falha não parte dos professores, mas dos estudantes que vêem a educação como um instrumento resumido em um certificado que abrirá portas para um futuro promissor. Mas isso não é tudo, se não houver entendimento e compreensão deste conhecimento. A educação está a mercê destes políticos que foram ou nem chegaram a serem bons estudantes. Eles a utilizam como ferramenta para buscar recursos financeiros, na maioria das vezes mal aplicados, e para promover o espetáculo político do populismo, assistencialismo ou simplesmente ocupando o espaço do secretário de obras públicas. Assim o perfil dos nossos políticos é de verdadeiros obreiros e não de administradores e legisladores dignos da confiança de quem transferiu seus anseios de governo para um candidato. Eles não pensam e executam projetos para a sociedade. Eles “trabalham” para um bairro, para uma comunidade que se contenta com resultados imediatistas de pequenas obras que na verdade não fazem parte do contexto político e sim é uma obrigação de gestão do poder público. Assim esses “políticos” engrossam o time dos que NÃO legislam, NÃO administram, nem fazem idéia do que é uma gestão publica. Eles estão tão somente e permanentemente preparando terreno eleitoral porque foi à única coisa que a educação pôde proporcionar para quem não estava disposto a aprender e sim apenas abrir portas para o seu futuro.

Marlon Adami
Historiador

Um comentário:

jean disse...

Parabéns ! Infelizmente é a triste realidade... em uma "Republiqueta" das "Bananas" onde sofremos uma lavagem cerebral atávica a séculos, onde a cultura do "só conseguir enxergar seu próprio umbigo" é o socialmente mais correto, só nos resta assistir, não sem um certo horror, a banalização sistemática de um péssimo ensino e sua consequente mercantilização em prol de uma dita "democracia populista".
Esperar políticos com "estofo" ?
de que maneira ? Em que planeta eles estudaram ?
É melhor e mais fácil culpar os professores !!!
Um abraço !
Jean