PT, Farc e Foro de São Paulo.
FSP em 2001, Havana, Cuba
“O Foro de São Paulo surgiu a partir da iniciativa de partidos de esquerda da América Latina para debater sobre a queda do socialismo nos países do Leste Europeu e suas conseqüências na região. Uma das propostas principais foi discutir uma alternativa popular e democrática ao neoliberalismo, que estava entrando na fase de ampla implementação mundial.
A primeira reunião se deu em São Paulo, em julho de 1990, sob o nome de Encontro de Partidos e Organizações de Esquerda da América Latina e do Caribe, e foi convocada pelo Partido dos Trabalhadores, Brasil. Conseguiu reunir 48 partidos e organizações que representavam diversas experiências e correntes políticas de todo o continente latino-americano.
O nome "Foro de São Paulo" foi firmado no Encontro seguinte, no México, e deveu-se exatamente ao fato da primeira reunião ter sido na cidade de São Paulo. Nele também surgiu a idéia de maior integração continental, através da troca de experiências, discussão das diferenças e busca de um consenso político para a região.
Até o momento, a trajetória do Foro de São Paulo mostrou que é possível trilhar novos caminhos internacionalistas. Se o objetivo principal de construção de um modelo alternativo de desenvolvimento ainda não foi atingido, os esforços nessa direção já geraram uma trama de relações onde o intercâmbio de pessoas e idéias tem se mostrado cada vez mais rico e proveitoso.
É um exemplo de diplomacia para a cidadania.”
http://web.archive.org/web/20020617120731/http://pt.uol.com.br/site/teste/index2.asp
Membros participantes do IX encontro:
http://web.archive.org/web/20020617121432/http:/pt.uol.com.br/site/teste/membros.asp
RESOLUÇÃO DE CONDENAÇÃO AO PLANO COLÔMBIA E DE SOLIDARIEDADE COM A LUTA DO POVO COLOMBIANO
O X Encontro do Foro de São Paulo reunido de 4 a 7 de dezembro de 2001, em Havana, Cuba.
CONSIDERANDO:
1. A grave crise econômica, política e social que sofre o povo colombiano, produto das políticas desenvolvidas pelo Estado e seus diferentes governos, aplicando as imposições do Império e as receitas do Fundo Monetário Internacional - FMI.
2. A justa e necessária luta de colombianas e colombianos por construir a sociedade que merecem, em paz, com justiça social, dignidade e soberania.
3. O desenvolvimento de medidas imperiais como o Plano Colômbia e seu complemento, a Iniciativa Regional Andina, verdadeiros planos de guerra contra o povo colombiano, latino-americano e caribenho.
4. O terrorismo de Estado que segue assassinando a população civil paralisada pela ação de seus grupos paramilitares.
RESOLVE:
5. Apoiar e encoraja os processos de diálogos desenvolvidos pelas FARC - Exército do Povo e o ELN, em busca de soluções diferentes à guerra para a grave crise colombiana e o conflito social, político e armado, ficando à disposição, na medida de nossas possibilidades e as necessidades dos processos.
6. Manifestar sua solidariedade e reconhecimento com a Frente Social e Política como expressão importante da organização de colombianos e colombianas no desenvolvimento da luta por seus direitos.
7. Repudiar e condenar novamente o Plano Colômbia e seu complemento, a Iniciativa Regional Andina, e organizar a resistência popular como parte da corrente de lutas contra a dominação neocolonial da qual fazem parte megaprojetos como a ALCA.
8. Manifestar publicamente, como forças e movimentos políticos anti-imperialistas, nossa defesa aos direitos de rebelião e autodeterminação dos povos do mundo e rechaçar o qualificativo de terroristas para toda forma de resistência.
9. Ratificar a legitimidade, justeza e necessidade da luta das organizações colombianas e solidarizar-nos com elas.
10. Condenar energicamente o terrorismo de Estado e demandar castigo ao paramilitarismo e seus responsáveis materiais e intelectuais, nacionais e estrangeiros.
11. Reivindicar o reconhecimento dos presos políticos e sindicais na Colômbia e exigir sua liberdade imediata. Pedir o pleno exercício do direito à defesa e a aplicação urgente das recomendações da ONU para modificar as condições carcerárias deploráveis em contradição com as normas elementares da dignidade humana.
Cidade de Havana, 7 de dezembro de 2001.
http://web.archive.org/web/20020702023739/pt.uol.com.br/site/teste/textos/10colombiap.asp
As atas completas do Foro de São Paulo podem ser encontradas no seguinte link: http://www.midiasemmascara.org/attachments/007_atas_foro_sao_paulo.pdf
I N T E R N A C I O N A L
Partidos de esquerda da América Latina e Caribe terão encontro no próximo ano
“O Grupo de Trabalho do Foro São Paulo reuniu-se no mês passado em Manágua, na Nicarágua com o objetivo de preparar o IX Encontro dos Partidos Latino-Americanos e Caribenhos de Esquerda, que será em fevereiro do ano que vem, na própria Nicarágua. [...]
Colômbia - Foi tratado com especial ênfase o caso das negociações entre a FARC e o governo colombiano para um acordo de paz que garanta a democracia e a justiça social, a abertura do diálogo entre o ELN e o governo para facilitar o desenvolvimento da comunicação nacional. Neste sentido, o Foro repudiou veementemente qualquer tentativa de intervenção norte-americana no conflito armado que ocorre no país. [...]
Participaram da reunião do Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, além do PT, o PRD, do México; FARC, Partido Comunista e ELN, da Colômbia; Partido Comunista de Cuba; Partido Comunista de Guadalupe; URNG, da Guatemala; e FSLN, da Nicarágua. Estiveram presentes também o Partidos dos Trabalhadores do México e o PSD-Frepaso, da Argentina, que foram convidados especialmente, em decorrência do Seminário do Cone Sul. Compareceram ainda representantes do Partido Social-Democrata, da Áustria; Partido Comunista da França e Partido Socialista de Esquerda da Noruega.”
http://web.archive.org/web/20021029070858/http:/www.pt.org.br/ptnot/ptnot81/pagina2a.htm
Farc enviam carta de agradecimento ao PT pela criação do Foro de São Paulo:
“Mesa Diretora, Companheiros Delegados e Companheiras Delegadas ao XIII Foro. San Salvador, El Salvador. Recebam nossa carinhosa e bolivariana saudação, muitos êxitos em suas deliberações.
Ao não podermos nos fazer presentes em tão importante evento, lhes entregamos este documento com nossos pontos de vista e agradecemos de antemão o fato de tê-lo em conta nas deliberações.
Queridos companheiros.
Em 1990 já se via vir abaixo o campo socialista, todas as suas estruturas fraquejavam como castelo de cartas, os inimigos do socialismo festejavam a mais não poder, se cunhavam teorias como a do fim da história, muitos revolucionários no mundo observavam atônitos e sem conhecer o que havia falhado para que ocorresse semelhante catástrofe.
A utopia se dissipava, a desesperança se apoderou de muitíssimos dirigentes que haviam dedicado toda sua vida à luta por conquistar um mundo melhor, idealizando-o com o modelo de socialismo desenvolvido da União Soviética.
Ao derrubar-se esse modelo, para muitos se acabou a motivação de luta e só ficamos uns poucos sonhadores que nos mantivemos e seguimos mantendo na teoria, na política e na realidade de novas expressões de socialismo, o que potenciou a decisão de luta e acelerou o crescimento e fortalecimento desse contingente de sonhadores que vê nessa luta por um mundo melhor algo realmente possível.
Na Ásia: China, Vietnam e Coréia do Norte tremulavam suas bandeiras socialistas sem dar espaço ao derrotismo e sem escutar os cantos de sereia para que abandonassem o sistema que se lhe opunha ao capitalismo.
Na América: Cuba ficou só, navegando na crise mais profunda que tocou viver a país algum, com seu comércio que alcançou níveis de queda que não poucos acreditavam impossível de reverter dado a brusca mudança nas fontes e condições de seu comércio exterior. O imperialismo acreditou equivocadamente que havia chegado o momento de acabar com o socialismo na América, aumentou sua agressão com o bloqueio econômico, comercial e financeiro, sem importar a vida de milhões de crianças e anciãos que sofreriam as conseqüências de tão louca manobra.
É nesse preciso momento que o PT lança a formidável proposta de criar o Foro de São Paulo, trincheira onde nós pudéssemos encontrar os revolucionários de diferentes tendências, de diferentes manifestações de luta e de partidos no governo, concretamente o caso cubano. Essa iniciativa, que encontrou rápida acolhida, foi uma tábua de salvação e uma esperança de que tudo não estava perdido. Quanta razão havia, transcorreram 16 anos e o panorama político é hoje totalmente diferente.
O outrora imperialismo arrogante e prepotente está afundado numa profunda crise que ninguém sabe quando nem como terminará. As brutais e ilegítimas agressões contra os povos de Afeganistão, Iraque e Líbano têm recebido respostas inesperadas e, a cada dia, jogam no desconcerto o governo norte-americano e seus aliados, que têm tido de carregar com o peso político e social que significam milhares de mortos e feridos, assim como de uma previsível derrota. Duras realidades como o déficit fiscal, o déficit na balança comercial, a queda dos falcões: Rumsfeld, Boltón e Negroponte e a crescente atitude crítica do povo norte-americano, agudiza ainda mais a crise dos que sonharam e ainda sonham com o poder mundial, acreditando mortas e enterradas as forças que se lhes pudessem opor.
Na América Latina, não fazemos mais que descrever, pois todos conhecemos os processos: Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador, Brasil Uruguai e Argentina, no total, oito países, se orientam pelo desenvolvimento de modelos de governo e de sistemas diferentes ao tradicional imposto pelo imperialismo ianque. Os povos optaram pela mudança, nada os deteve, a ameaça, a chantagem, a compra de votos, as fraudes milionárias, não foram suficientes para fazer mudar a opinião de milhões que buscaram e seguem buscando uma nova alternativa.
É no marco deste cenário político que se desenvolveu e se segue desenvolvendo o Foro de São Paulo. De um partido no governo que inicialmente fazia parte do Foro, o Partido Comunista Cubano, hoje são oito as forças governantes que, ademais de ser forças no governo, foram fundadoras deste importante movimento. Assim as coisas, qualquer pessoa pensaria que o haver avançado em lutados e esperados objetivos, faria do Foro de São Paulo um impulsionador da integração da América Latina, num aríete das lutas sociais, num ente solidário com a luta dos povos, numa força capaz de buscar e propor soluções políticas a conflitos internos que se apresentam como conseqüência da iniqüidade, da injustiça e da antidemocracia.
Porém, não é assim, há os que pensam que o fato de ter chegado ao governo os separa do Foro. Segundo tal e muito respeitável forma de pensar, uma coisa é ser oposição e outra ser governo, em razão a ter que desenvolver, em alguns casos, políticas que o Foro não comparte, como a política neoliberal. Pensam que a nova condição os inibe de participar e querem um Foro menos dinâmico, que não se faça sentir, que não seja propositivo, que não lute por objetivos que foram e seguem sendo válidos.
Ante tal situação, outros pensam que se deve acabar o Foro, que o melhor é dar-lhe enterro de terceira e criar um novo movimento.
Nas FARC cremos que não são corretas as duas apreciações anteriores e, pelo contrário, pensamos que os partidos que se encontram no Foro e que fazem parte dos governos têm o espaço, o justo direito e a necessidade de pleitear em seus países o fortalecimento do movimento tal como foi criado: sem exclusões, sem imposições e sem dogmatismo. Cremos, além disso, que se deve buscar que esta organização seja mais funcional, seja um ente catalisador das opiniões dos povos que sempre estão adiante de seus governantes, porque são os que sentem como se está exercendo o governo, se é justo, se é pulcro, se é humano, se tem cumprido com o que prometeu. Ter medo à crítica que possa fazer uma organização como o Foro de São Paulo é negar sua mesma essência como governo democrático, amplo e pluralista.
Pensar em criar outra organização atirando pela borda 16 anos de experiências, de credibilidade, é desperdiçar a oportunidade de converter o Foro num ente coordenador de diferentes partidos, movimentos e organizações políticas que, respeitando as diferenças, nos ratificamos na luta contra o imperialismo, o neoliberalismo, a solidariedade e a integração da América Latina.
Fazemos um reconhecimento aos companheiros do Grupo de Trabalho pela iniciativa de ajudar na solução ao conflito social, político e armado que vive a Colômbia desde há 60 anos, a declaração de Bogotá é, sem dúvida, um documento muito importante que, com o direito que nos assiste, pedimos seja difundido entre os assistentes ao Foro.
Na Colômbia há uma intervenção direta do Imperialismo Ianque, na atualidade há 1.400 oficiais do exército estadunidense dirigindo as operações do Plano Colômbia, do Plano Patriota e do Plano Victoria. Os Estados Unidos estão instigando e financiando a guerra com o pretexto do narcotráfico e, para isso, diariamente se estão gastando 17.5 milhões de dólares para perseguir e liquidar aos lutadores sociais, revolucionários e bolivarianos.
As fumigações estão acabando com a flora e a fauna da Amazônia, são milhares de toneladas de Glifosato e Paraqua, igual que os experimentos com o Fusarium Oxiporun. Que destrói a mata de coca, porém igualmente acaba toda a flora que tenha no lugar, contamina as bacias hidrográficas, pois os troncos dos vegetais, ao serem levados pelas águas, causam imensa perda ao sistema ecológico.
Cremos ser oportuno manifestar nossa inquietação e desagrado pela posição de alguns companheiros que, em forma e sob responsabilidade pessoal, publicamente dizem que as FARC não podem participar no Foro, por ser uma organização alçada em armas. A luta armada não se criou por decreto e tampouco se acaba por decisão similar, é a expressão de um povo que sofreu a devastação de sua população em mais de um milhão de pessoas que, nestes 60 anos, foram assassinadas, é a expressão dos milhares de militantes que foram assassinados do Partido Comunista e da União Patriótica, é a expressão de milhares de sindicalistas que foram assassinados nestes últimos anos.
Aos companheiros que pensam que não podemos participar, fraternalmente os convidamos a que nos acompanhem, não no acionar militar ao que as circunstâncias nos obrigaram, pois sabemos que não a compartem e respeitamos seus pontos de vista, os convidamos a participar da busca da solução política e, para isso, os fazemos partícipes da Plataforma para um Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, aprovada por nossa 8ª Conferência realizada em 1993.
Com esta Plataforma de 12 Pontos convidamos reiteradamente a todos os setores sociais, econômicos e políticos de nosso país para que nos sentemos e, entre todos, construamos a Nova Colômbia.
Ao Foro, em seu conjunto, o convidamos a que prossiga em seus pronunciamentos e acionar pela solução política ao conflito social e armado na Colômbia, passo importante para alcançar a paz com justiça social pela qual tem lutado e seguirá lutando nosso povo, ao mesmo tempo que é passo necessário para impedir que este conflito possa ser utilizado para que o imperialismo tente ações desestabilizadoras na região.
Seguimos convidando a todos os partidos políticos, organizações sociais, de estudantes, operários, intelectuais, campesinos, indígenas e a todos os que estejam contra a injustiça, a buscar uma solução política. Convidamos a que nos acompanhem na luta pelo Intercâmbio Humanitário, com o que estaremos abrindo as portas para que centenas de colombianos e colombianas regressem a seus lares para compartir com seus seres queridos.
COMISSÃO INTERNACIONAL
FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA COLÔMBIA
EXÉRCITO DO POVO, FARC-EP
MONTANHAS DE COLÔMBIA, 7 DE JANEIRO DE 2007”.
http://web.archive.org/web/20070310215800/www.farcep.org/?node=2,2513,1
Tradução publicada no site do Partido Comunista Russo: http://port.pravda.ru/mundo/15168-0/
Entrevista de Raúl Reyes ao jornal Folha de São Paulo:
“[...]
Folha - Vocês têm buscado contato com o governo Lula?
Reyes - Estamos tentando estabelecer -ou restabelecer- as mesmas relações que tínhamos antes, quando ele era apenas o candidato do PT à Presidência.
Folha - O sr. conheceu Lula?
Reyes - Sim, não me recordo exatamente em que ano, foi em San Salvador, em um dos Foros de São Paulo.
Folha - Houve uma conversa?
Reyes - Sim, ficamos encarregados de presidir o encontro. Desde então, nos encontramos em locais diferentes e mantivemos contato até recentemente. Quando ele se tornou presidente, não pudemos mais falar com ele.
[...]
Folha - Fora do governo, quais são os contatos das Farc no Brasil?
Reyes - As Farc têm contatos não apenas no Brasil com distintas forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais. Na época do presidente [Fernando Henrique] Cardoso, tínhamos uma delegação no Brasil.
Folha - O sr. pode nomear as mais importantes?
Reyes - Bem, o PT, e, claro, dentro do PT há uma quantidade de forças; os sem-terra, os sem-teto, os estudantes, sindicalistas, intelectuais, sacerdotes, historiadores, jornalistas...
Folha - Quais intelectuais?
Reyes - [O sociólogo] Emir Sader, frei Betto [assessor especial de Lula] e muitos outros.
[...]
Folha - Que relação as Farc mantêm com o governo venezuelano?
Reyes - Estamos propondo ao governo de Hugo Chávez uma explicação sobre a política das Farc em relação aos países vizinhos.
Folha - Existe contato ou não?
Reyes - Temos informações muito positivas sobre Chávez, um bolivariano patriota que luta pela dignidade do seu povo. Nós o admiramos muitíssimo [...]”
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2408200318.htm
Hugo Chávez declara em vídeo que conheceu Lula e Raúl Reyes em uma reunião do Foro de São Paulo, em 1995:
Carta das Farce expressa apoio a Lula, Gutiérrez, Venezuela e Cuba
05/12/2002
da Folha de S.Paulo
As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), principal grupo guerrilheiro de esquerda do país, expressaram ontem sua solidariedade ao presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em uma carta enviada ao Fórum de São Paulo, organização de partidos de esquerda latino-americanos.
O fórum, idealizado pelo PT, realiza um encontro na Guatemala. Na carta, a guerrilha também manifestou apoio a Cuba, à Venezuela, aos argentinos, aos palestinos e ao presidente eleito do Equador, o coronel esquerdista Lucio Gutiérrez.
Durante a campanha eleitoral, Lula criticou a atuação das Farc e fez questão de desvincular o PT da guerrilha colombiana.
A carta das Farc tinha data de ontem e foi assinada na clandestinidade pelo chefe da comissão internacional do grupo, o ex-negociador de paz Raúl Reyes.
A mensagem foi difundida no dia em que o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, em visita oficial a Bogotá, se encontrou com o presidente colombiano, Álvaro Uribe, e com a ministra da Defesa, Marta Lucía Ramírez.
A visita de Powell, a primeira à América do Sul desde os atentados terroristas aos EUA em 11 de setembro do ano passado, serviu como demonstração de apoio aos esforços do governo colombiano na luta contra o narcotráfico e os grupos armados ilegais.
Ela indica a possibilidade de uma ajuda financeira adicional para o Plano Colômbia, com o qual os EUA já contribuem com mais de US$ 1,3 bilhão.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u48677.shtml
Farc divulgam carta em que saúdam Lula pela reeleição
22/11/2006 - 23h31m
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) enviaram nesta quarta-feira (22) uma "saudação bolivariana" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A guerrilha parabenizou o presidente pela recente vitória eleitoral, que lhe garantiu mais quatro anos de mandato, classificando-o como filho predileto do Brasil.
As Farc, uma força guerrilheira de 17.000 combatentes, costumam enviar saudações aos governos de esquerda da América Latina.
"O mundo é testemunha de que o povo brasileiro fez das urnas eletrônicas o sacrário de sua vontade soberana, pois transformou a reeleição do presidente Lula em uma lição de soberania popular, em uma manifestação clara de rejeição às velhas formas de governo", disse a guerrilha em uma carta enviada por email.
As Farc anunciaram que respeitarão o território do Brasil e que estão dispostas a estabelecer relações políticas com os governos e populações de países vizinhos. O Brasil compartilha com a Colômbia uma fronteira terrestre de 1.645 quilômetros.
As Farc, que afirmam lutar pela implementação do socialismo num país de mais de 41 milhões de pessoas com uma grande distância entre ricos e pobres, reiteraram suas críticas aos Estados Unidos e ao governo do presidente colombiano, Alvaro Uribe, que promove uma agressiva campanha militar para combater a guerrilha com o apoio de Washington.
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,AA1360348-5601,00.html
Farc tentaram estreitar relações com o governo Lula
O líder da guerrilha (Raúl Reyes) enviou três cartas ao presidente brasileiro com o intuito de estabelecer “relações político-diplomáticas” e tratar de "temas de benefício recíproco".
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI4936-15223,00-FARC+TENTARAM+ESTREITAR+RELACOES+COM+GOVERNO+LULA.html
Vereador do PT vende rifa para ajudar rebeldes das Farc
14/09/2003
da Folha de S.Paulo
Como seria o presidente Lula se ele ainda gostasse de ser chamado de esquerdista?
A resposta pode estar em um dos apertados gabinetes da Câmara Municipal de Guarulhos. Mais precisamente no do vereador petista Edson Albertão, 47. Ex-metalúrgico, ex-sindicalista e dono de uma espessa barba, trata-se também de um fundador do PT que fez carreira em uma cidade da Grande São Paulo --atualmente, exerce o seu segundo mandato.
Simpatizante declarado das Farc, o petista contou à Folha que estava na Colômbia com o porta-voz da guerrilha terrorista, Raúl Reyes, quando começaram as conversas com a ONU.
"Raúl me disse que estava muito feliz com a resposta do [secretário-geral] Kofi Annan de que aceitava ouvir as Farc a respeito do acirramento da guerra". Ele afirmou que não participou das negociações.
Definindo-se como "um vereador entusiasmado com a luta do povo colombiano, entusiasmadíssimo com a guerrilha das Farc", ele está organizando uma rifa de quadros doados por artistas dominicanos.
"As Farc não são um movimento que vive do narcotráfico", disse. "Vou fazer uma rifa de 1.500 [números], vender a dez contos e um abraço. Os representantes precisam de recursos, não é pra comprar arma."
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u63026.shtml
Documento assinado por Dilma requisitando a mulher de Olivério Medina, Ângela Maria Slongo
A Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, órgão do governo federal com status de ministério, emprega desde 2006, em um cargo de confiança, a parananse Ângela Maria Slongo, mulher do ex-guerrilheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Francisco Antônio Cadenas Collazzos, conhecido como Oliverio Medina. Ela também é, desde 1986, professora concursada pela Secretaria da Educação do Paraná e foi cecida pelo governo do estado ao órgão federal em 2006 - num pedido feito pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao governador Roberto Requião.
Acusado de homicídio e terrorismo na Colômbia, Medina viveu em prisão domiciliar em Brasília entre 2005 e março do ano passado, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) extinguiu o pedido de extradição para o país vizinho.
O caso foi divulgado pela revista Veja desta semana. A publicação cita que a contratação de Ângela, 45 anos, seria uma maneira de proteger o ex-guerrilheiro, acolhido como asilado político no Brasil graças ao forte lobby de políticos de esquerda, incluindo vários petistas como o ex-ministro e ex-governador gaúcho Olívio Dutra. A paranaense e o colombiano não são casados legalmente, mas vivem juntos há dez anos e têm uma filha.
Em nota divulgada ontem, a Secretaria de Pesca negou qualquer ligação do caso com as Farc e informou que “as ilações e induções sugeridas serão objeto de todas as medidas judiciais cabíveis”. A paranaense não quis dar entrevistas e não explicou os motivos da mudança para o Distrito Federal. Ela é funcionária do quadro estadual há 22 anos e continua recebendo o salário do governo paranaense, mais 60% da remuneração pelo cargo DAS-102.2 da administração pública federal, que equivale a R$ 1.511,05.
A Casa Civil do Paraná explicou que, apesar de pagar integralmente os vencimentos da professora, o valor é reembolsado pelo governo federal. A situação é legal, segundo o Estatuto do Servidor Público. A assessoria de imprensa da Secretaria de Pesca diz ainda que Ângela enviou o currículo para o órgão em busca de colocação profissional e não teve qualquer regalia durante a seleção. Ela está no órgão desde dezembro de 2006 e foi escolhida pela área técnica para trabalhar no Projeto de Alfabetização de Pesquisadores, como assistente técnica.
A secretaria é ligada diretamente à presidência da República. O atual ministro, Altemir Gregolin, foi acusado de irregularidades durante a CPI dos Cartões Corporativos, mas não será indiciado no relatório final da comissão, que será lido hoje pelo deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ). Dados do Portal da Transparência (www.portaldatransparencia.gov.br) mostram que em 2007 Ângela recebeu R$ 1,9 mil para pagar diárias e R$ 2,3 mil para indenizações e restituições de despesas a serviço da secretaria, além do salário.
A contratação da mulher de um ex-guerrilheiro chamou a atenção da oposição ao governo Lula. O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (AM), apresentou à Secretaria de Pesca um requerimento de informações sobre a nomeação de Ângela. Em um dos sete pontos do documento, Virgílio questiona se a nomeação passou pelo crivo da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Na Câmara Federal, também houve reação. O presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia, promete enviar hoje um pedido de informações à Presidência. O parlamentar quer checar se há envolvimento da administração pública federal com as Farc.
http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?tl=1&id=772307&tit=Mulher-de-ex-guerrilheiro-das-Farc-tem-cargo-no-governo
Medina comunica o fato ao terrorista Raúl Reys por e-mail e deixa claro que a contratação faz parte de uma operação para proteger aquela que chama “Mona” (Ângela Maria Slongo):
Domingo 2 de noviembre de 2008
Na segunda-feira, dia 15, a “Mona” começou em seu novo emprego e para garanti-la ou impedir que a direita em algum momento a hostilize, a colocaram na Secretaria da Pesca, trabalhando no que chamam aqui de cargo de confiança ligado à Presidência da República.
http://www.cambio.com.co/portadacambio/787/4418592-pag-3_4.html
Os e-mails do computador de Raúl Reyes foram publicados pela Cambio, da Colômbia. A matéria completa encontra-se aqui:
http://www.cambio.com.co/portadacambio/787/ARTICULO-WEB-NOTA_INTERIOR_CAMBIO-4418592.html
Na mesma publicação, encontramos a lista de quem seriam os contatos das Farc no Brasil:
- José Dirceu, ministro de la Presidencia.
- Roberto Amaral, ex ministro de Ciencia.
- Erika Kokay, diputada.
- Gilberto Carvalho, jefe de Gabinete.
- Celso Amorín, canciller.
- Marco A. García, asesor Asuntos Internacionales.
- Perly Cipriano, subsecretario Promoción DD.HH.
- Paulo Vanucci, ministro Secretaría de DD.HH.
- Selvino Heck, asesor presidencial.
Reportagem publicada pelo jornal El Tiempo demonstra que Olivério Medina (também conhecido como “Camilo”) continua ligado ao terrorismo narcotraficante:
Sábado 18 de septiembre de 2010
En este último país, el enlace de las Farc, Francisco Antonio Cadena Collazos, 'Camilo' -casado con una profesora brasileña y encargado del trueque de coca por armas y del reclutamiento de simpatizantes- no ha podido ser extraditado a Colombia porque goza de dicho estatus desde el 2006. [...] Tras la muerte de 'Reyes', la Comisión Internacional de las Farc se apresuró a reorganizarse para reemplazar esa ficha, dicen las investigaciones en Colombia. Ahora la comisión coordinadora -que estaba bajo el mando de 'Reyes'; Orlay Jurado Palomino, alias 'Hermes' (Venezuela) y Francisco Cadena Collazos, 'Camilo' (Brasil)- se ha ampliado. [...]
http://www.eltiempo.com/archivo/documento/CMS-4157739
A Interpol autenticou o conteúdo de todos os e-mails:
Washington Post Foreign Service
Friday, May 16, 2008
CARACAS, Venezuela, May 15 -- Interpol, the international police agency, said Thursday that computer files seized by Colombia's army in a raid on a rebel camp belonged to a top guerrilla commander and had not been modified, falsified or forged.
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/05/15/AR2008051504153.html
Outros e-mails:
Em um dos e-mails, endereçado a Reyes em 4 de junho de 2005 por uma pessoa identificada como "José Luis", aparece o nome do ex-ministro José Dirceu. "Chegou um jovem de uns 30 anos e se apresentou como Breno Altman (ligado ao PT). (Ele) me disse que vinha por parte do ministro José Dirceu". Segundo a revista, o remetente afirma que as relações deveriam ser feitas através do ministro com a representação de Altman, por motivos de segurança.
No fim da mensagem, José Luis diz que o governo brasileiro e o PT dará proteção a Medina enquanto avançava o trâmite da extradição do padre Olivério Medina, "chefe de imprensa das Farc", preso em São Paulo. Em uma correspondência de 24 de junho de 2004, Reyes comenta a medida sobre a possível saída de Dirceu do governo Lula e diz: "pode afetar a abertura das relações conosco".
"É possível que um assessor especial de Lula, chamado Silvino Heck, que, junto Gilberto Carvalho, é outro que nos tem ajudado bastante".
"Em uma correspondência, com data de 23 de dezembro de 2006, do padre Olivério Medina a Reyes, há referências de Lula e de Marco Aurelio García, Gilberto Carvalho e Silvino Heck. Medina afirma que mandou um presente de Natal a Lula e dois de seus assessores".
http://www.cambio.com.co/portadacambio/787/4418592-pag-2_4.html
Documentos da Abin denunciam recebimento de 5 milhões de dólares ao PT, em 2002
O general Jorge Armando Félix apresentou o único documento oficial da Abin que trata deste tema. É um relatório de duas páginas, com número de classificação: 0095/3100/Doin/Abin, de 25 de abril de 2002. Ele informou que o documento foi arquivado por não apresentar qualquer prova das afirmações nele contidas. O relatório registrava "o boato" de que as Farc teriam oferecido 5 milhões de dólares (cerca de R$ 13,5 milhões) ao PT como ajuda nas eleições presidenciais.
http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/62942.html
Revista sugere ligação do PT com as Farc
12/03/2005 - 18h25
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) teria em seus arquivos uma pasta com informações referentes a um suposto envio de US$ 5 milhões das Farc, a guerrilha colombiana, para campanhas eleitorais do PT em 2002.
A informação é da revista "Veja" desta semana, na reportagem intitulada "Tentáculos das Farc no Brasil". No entanto, a matéria diz não ter conseguido provas documentais sobre o assunto durante as cinco semanas de apuração.
De acordo com a revista, um agente da Abin preparou os relatórios. Ele teria participado de uma reunião entre simpatizantes das Farc, petistas e sindicalistas, e um representante da guerrilha no Brasil em abril de 2002, na chácara de um sindicalista, localizada a 40 km de Brasília.
A reportagem afirma que o representante da guerrilha era o padre colombiano Olivério Medina, que teria afirmado que o dinheiro a ser remetido para o Brasil seria repassado a 300 empresários, que, por sua vez, repassariam os recursos para campanhas eleitorais petistas. O padre negou a ajuda.
O sindicalista Antônio Francisco do Carmo, dono da chácara, confirmou o encontro, mas disse que seu objetivo era somente de prestar solidariedade às Farc.
O PT divulgou hoje uma nota de repúdio à reportagem. Assinada pelo presidente nacional do partido, José Genoino, a nota qualifica de irresponsável a reportagem, por estampar na capa um ataque à honra do partido sem provas consistentes.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u67778.shtml
Secretário de petista lança comitê de apoio à guerrilha colombiana
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Um dos secretários do prefeito de Ribeirão Preto e coordenador do programa de governo do pré-candidato à Presidência do PT Luiz Inácio Lula da Silva, Antônio Palocci Filho, vai lançar um comitê pró-Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no município. O secretário é o ex-vereador Leopoldo Paulino (PSB), que compõe a base de apoio do prefeito de Ribeirão.
As Farc são o maior grupo guerrilheiro colombiano, com cerca de 17 mil homens. São responsáveis por centenas de seqüestros em 2001. Foram atribuídos ao grupo mais de 1.700.
O escritório será lançado oficialmente no dia 20, na Câmara de Ribeirão. A sede será o Templo da Cidadania, instituição cultural sem fins lucrativos, da qual Palocci é membro fundador. Também fazem parte do grupo, que deve se chamar Comitê de Solidariedade ao Povo Colombiano e aos Movimentos de Libertação Nacional, os vereadores governistas Beto Cangussú (PT) e José Antônio Lages (PT) e o médico petista Edmundo Raspanti, diretor do MIS (Museu da Imagem e do Som) de Ribeirão.
Parte do comitê diz que quer defender as causas das Farc, mas não sua violência. "A idéia é que a gente possa divulgar ao máximo em todas as partes do Brasil a situação do povo colombiano e as verdadeiras causas da luta das Farc contra o governo local", afirmou Cangussú. Paulino, no entanto, é radical: " Não acho que é a eleição que vai resolver, é a revolução. Hoje no Brasil não há condição de fazer uma revolução armada, mas na Colômbia não é assim. Eles têm um exército organizado".
Palocci e Luiz Inácio Lula da Silva não foram encontrados para falar sobre o assunto ontem. O comitê vai colher assinaturas pró-Farc e defender as posições do grupo guerrilheiro no Brasil. No lançamento, um guerrilheiro deve estar presente. "Precisamos difundir e abrir comitês das Farc no mundo inteiro sobre os problemas que ocorrem naquele país", disse Cangussú.
Para "selar a união", houve uma reunião em Ribeirão Preto entre Paulino e Olivério Medina, porta-voz informal das Farc no Brasil, que chegou a ser preso em 2000 em Foz do Iguaçu (PR), a pedido do governo colombiano, acusado de atividades terroristas.
"Se conseguirmos passar algo para a população, " vamos prestar um serviço à mente das pessoas", afirmou o advogado Vanderley Caixe, um dos fundadores das Faln (Forças Armadas de Libertação Nacional), grupo guerrilheiro que atuou entre 1967 e 1969.
A assessoria de imprensa do Itamaraty informou que o órgão não se manifesta sobre questões internas, mas afirmou que o Brasil apoia o governo do presidente colombiano, Andrés Pastrana, que foi eleito democraticamente.
As lideranças políticas do PT, PSB e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) contam com posições divergentes sobre a criação do comitê. A deputada federal Luiza Erundina (PSB) disse que é contrária à forma de luta das Farc e que acha "meio estranho" o secretário Leopoldo Paulino, de seu partido, organizar um comitê de apoio ao grupo guerrilheiro. "Não tenho muita ligação com ele Paulino e não sei quais são as razões dele", disse Erundina.
O líder do MST José Rainha Júnior disse que é solidário ao povo colombiano. " Eles estão sendo massacrados pela mão do imperialismo norte-americano."
Para a cônsul-geral da Colômbia em São Paulo, Marta de Arevalo, "é muito estranho alguém se solidarizar com foras-da-lei, as Farc".
O caso será levado ao conhecimento da embaixada colombiana no Brasil.
Colaborou Evandro Spinelli, da Folha Ribeirão
Também publicado em: http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2002/mar/20/9.htm
Também em: http://www.artbrain.co.uk/news/brazilian-president-party-received-money-from-farc,-say-documents.htm Cache no google: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:T80Mb8DqcF8J:www.artbrain.co.uk/news/brazilian-president-party-received-money-from-farc,-say-documents.htm+http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2002/mar/20/9.htm&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
Comandantes das Farc são recebidos por Olívio Dutra (PT), governador do Rio Grande do Sul
Em 2001, comandantes da FARC vieram ao Brasil e foram recebidos pelo governador Olívio Dutra, do Rio Grande do Sul e até homenageados e aplaudidos durante o I Foram Social Mundial.
http://www.noolhar.com/opovo/jornaldoleitor/122018.html
Membros do PT dirigem revista com membro das Farc
Na revista América Libre, encontramos os seguintes membros: Luis Eduardo Greenhalgh (PT), Fernando Morais, Emir Sader, Roberto Drummond, Gilberto Carvalho, Leonardo Boff, Rubens Paolucci Jr, João Pedro Stédile (líder do MST), Chico Buarque de Hollanda (cantor), junto a Manuel Marulanda Vélez, das Farc, incluindo como presidente da publicação, Carlos Alberto Libânio Christo, conhecido como Frei Betto, conselheiro pessoal de Lula.
http://www.nodo50.org/americalibre/consejo.htm
Em entrevista, Lula sugere às Farc criar partido para chegar ao poder
Entrevista exclusiva concedida pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em conjunto com o presidente do Peru, Alan García, ao jornalista peruano Raúl Vargas, da Rádio Programa del Peru (RPP)
Rio Branco-AC, 28 de abril de 2009
[...] E ainda dizia ao presidente Obama que era preciso que enxergasse a América Latina depois da Guerra Fria, que era preciso que enxergasse a América Latina onde não existe mais nenhum grupo querendo através da luta armada, chegar ao poder, com exceção das Farc, que se quisesse chegar ao poder seria muito mais fácil criar um partido político e disputar as eleições. Se em um continente como o nosso, um índio pôde chegar à Presidência da República, e um metalúrgico pôde chegar à Presidência da República, por que alguém das Farc não pode chegar, disputando eleições?
http://www.info.planalto.gov.br/download/Entrevistas/pr1198-2@.doc
PT não reconhece Farc como grupo terrorista
Entrevista de Marco Aurélio Garcia ao jornal francês Le Figaro.
04/03/2008
[...] Je vous rappelle que le Brésil a une position neutre sur les Farc : nous ne les qualifions ni de groupe terroriste ni de force belligérante. Les accuser de terrorisme ne sert à rien quand on veut négocier. [...]
http://www.lefigaro.fr/international/2008/03/05/01003-20080305ARTFIG00016-garcia-nous-sommes-dans-une-guerre-d-informations.php
Tradução: Eu lhes lembro que o Brasil tem uma posição neutra sobre as Farc: nós não as qualificamos nem de grupo terrorista nem de força beligerante. Acusá-las de terrorismo não serve pra nada quando a gente quer negociar.
FSP em 2001, Havana, Cuba
“O Foro de São Paulo surgiu a partir da iniciativa de partidos de esquerda da América Latina para debater sobre a queda do socialismo nos países do Leste Europeu e suas conseqüências na região. Uma das propostas principais foi discutir uma alternativa popular e democrática ao neoliberalismo, que estava entrando na fase de ampla implementação mundial.
A primeira reunião se deu em São Paulo, em julho de 1990, sob o nome de Encontro de Partidos e Organizações de Esquerda da América Latina e do Caribe, e foi convocada pelo Partido dos Trabalhadores, Brasil. Conseguiu reunir 48 partidos e organizações que representavam diversas experiências e correntes políticas de todo o continente latino-americano.
O nome "Foro de São Paulo" foi firmado no Encontro seguinte, no México, e deveu-se exatamente ao fato da primeira reunião ter sido na cidade de São Paulo. Nele também surgiu a idéia de maior integração continental, através da troca de experiências, discussão das diferenças e busca de um consenso político para a região.
Até o momento, a trajetória do Foro de São Paulo mostrou que é possível trilhar novos caminhos internacionalistas. Se o objetivo principal de construção de um modelo alternativo de desenvolvimento ainda não foi atingido, os esforços nessa direção já geraram uma trama de relações onde o intercâmbio de pessoas e idéias tem se mostrado cada vez mais rico e proveitoso.
É um exemplo de diplomacia para a cidadania.”
http://web.archive.org/web/20020617120731/http://pt.uol.com.br/site/teste/index2.asp
Membros participantes do IX encontro:
http://web.archive.org/web/20020617121432/http:/pt.uol.com.br/site/teste/membros.asp
RESOLUÇÃO DE CONDENAÇÃO AO PLANO COLÔMBIA E DE SOLIDARIEDADE COM A LUTA DO POVO COLOMBIANO
O X Encontro do Foro de São Paulo reunido de 4 a 7 de dezembro de 2001, em Havana, Cuba.
CONSIDERANDO:
1. A grave crise econômica, política e social que sofre o povo colombiano, produto das políticas desenvolvidas pelo Estado e seus diferentes governos, aplicando as imposições do Império e as receitas do Fundo Monetário Internacional - FMI.
2. A justa e necessária luta de colombianas e colombianos por construir a sociedade que merecem, em paz, com justiça social, dignidade e soberania.
3. O desenvolvimento de medidas imperiais como o Plano Colômbia e seu complemento, a Iniciativa Regional Andina, verdadeiros planos de guerra contra o povo colombiano, latino-americano e caribenho.
4. O terrorismo de Estado que segue assassinando a população civil paralisada pela ação de seus grupos paramilitares.
RESOLVE:
5. Apoiar e encoraja os processos de diálogos desenvolvidos pelas FARC - Exército do Povo e o ELN, em busca de soluções diferentes à guerra para a grave crise colombiana e o conflito social, político e armado, ficando à disposição, na medida de nossas possibilidades e as necessidades dos processos.
6. Manifestar sua solidariedade e reconhecimento com a Frente Social e Política como expressão importante da organização de colombianos e colombianas no desenvolvimento da luta por seus direitos.
7. Repudiar e condenar novamente o Plano Colômbia e seu complemento, a Iniciativa Regional Andina, e organizar a resistência popular como parte da corrente de lutas contra a dominação neocolonial da qual fazem parte megaprojetos como a ALCA.
8. Manifestar publicamente, como forças e movimentos políticos anti-imperialistas, nossa defesa aos direitos de rebelião e autodeterminação dos povos do mundo e rechaçar o qualificativo de terroristas para toda forma de resistência.
9. Ratificar a legitimidade, justeza e necessidade da luta das organizações colombianas e solidarizar-nos com elas.
10. Condenar energicamente o terrorismo de Estado e demandar castigo ao paramilitarismo e seus responsáveis materiais e intelectuais, nacionais e estrangeiros.
11. Reivindicar o reconhecimento dos presos políticos e sindicais na Colômbia e exigir sua liberdade imediata. Pedir o pleno exercício do direito à defesa e a aplicação urgente das recomendações da ONU para modificar as condições carcerárias deploráveis em contradição com as normas elementares da dignidade humana.
Cidade de Havana, 7 de dezembro de 2001.
http://web.archive.org/web/20020702023739/pt.uol.com.br/site/teste/textos/10colombiap.asp
As atas completas do Foro de São Paulo podem ser encontradas no seguinte link: http://www.midiasemmascara.org/attachments/007_atas_foro_sao_paulo.pdf
I N T E R N A C I O N A L
Partidos de esquerda da América Latina e Caribe terão encontro no próximo ano
“O Grupo de Trabalho do Foro São Paulo reuniu-se no mês passado em Manágua, na Nicarágua com o objetivo de preparar o IX Encontro dos Partidos Latino-Americanos e Caribenhos de Esquerda, que será em fevereiro do ano que vem, na própria Nicarágua. [...]
Colômbia - Foi tratado com especial ênfase o caso das negociações entre a FARC e o governo colombiano para um acordo de paz que garanta a democracia e a justiça social, a abertura do diálogo entre o ELN e o governo para facilitar o desenvolvimento da comunicação nacional. Neste sentido, o Foro repudiou veementemente qualquer tentativa de intervenção norte-americana no conflito armado que ocorre no país. [...]
Participaram da reunião do Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, além do PT, o PRD, do México; FARC, Partido Comunista e ELN, da Colômbia; Partido Comunista de Cuba; Partido Comunista de Guadalupe; URNG, da Guatemala; e FSLN, da Nicarágua. Estiveram presentes também o Partidos dos Trabalhadores do México e o PSD-Frepaso, da Argentina, que foram convidados especialmente, em decorrência do Seminário do Cone Sul. Compareceram ainda representantes do Partido Social-Democrata, da Áustria; Partido Comunista da França e Partido Socialista de Esquerda da Noruega.”
http://web.archive.org/web/20021029070858/http:/www.pt.org.br/ptnot/ptnot81/pagina2a.htm
Farc enviam carta de agradecimento ao PT pela criação do Foro de São Paulo:
“Mesa Diretora, Companheiros Delegados e Companheiras Delegadas ao XIII Foro. San Salvador, El Salvador. Recebam nossa carinhosa e bolivariana saudação, muitos êxitos em suas deliberações.
Ao não podermos nos fazer presentes em tão importante evento, lhes entregamos este documento com nossos pontos de vista e agradecemos de antemão o fato de tê-lo em conta nas deliberações.
Queridos companheiros.
Em 1990 já se via vir abaixo o campo socialista, todas as suas estruturas fraquejavam como castelo de cartas, os inimigos do socialismo festejavam a mais não poder, se cunhavam teorias como a do fim da história, muitos revolucionários no mundo observavam atônitos e sem conhecer o que havia falhado para que ocorresse semelhante catástrofe.
A utopia se dissipava, a desesperança se apoderou de muitíssimos dirigentes que haviam dedicado toda sua vida à luta por conquistar um mundo melhor, idealizando-o com o modelo de socialismo desenvolvido da União Soviética.
Ao derrubar-se esse modelo, para muitos se acabou a motivação de luta e só ficamos uns poucos sonhadores que nos mantivemos e seguimos mantendo na teoria, na política e na realidade de novas expressões de socialismo, o que potenciou a decisão de luta e acelerou o crescimento e fortalecimento desse contingente de sonhadores que vê nessa luta por um mundo melhor algo realmente possível.
Na Ásia: China, Vietnam e Coréia do Norte tremulavam suas bandeiras socialistas sem dar espaço ao derrotismo e sem escutar os cantos de sereia para que abandonassem o sistema que se lhe opunha ao capitalismo.
Na América: Cuba ficou só, navegando na crise mais profunda que tocou viver a país algum, com seu comércio que alcançou níveis de queda que não poucos acreditavam impossível de reverter dado a brusca mudança nas fontes e condições de seu comércio exterior. O imperialismo acreditou equivocadamente que havia chegado o momento de acabar com o socialismo na América, aumentou sua agressão com o bloqueio econômico, comercial e financeiro, sem importar a vida de milhões de crianças e anciãos que sofreriam as conseqüências de tão louca manobra.
É nesse preciso momento que o PT lança a formidável proposta de criar o Foro de São Paulo, trincheira onde nós pudéssemos encontrar os revolucionários de diferentes tendências, de diferentes manifestações de luta e de partidos no governo, concretamente o caso cubano. Essa iniciativa, que encontrou rápida acolhida, foi uma tábua de salvação e uma esperança de que tudo não estava perdido. Quanta razão havia, transcorreram 16 anos e o panorama político é hoje totalmente diferente.
O outrora imperialismo arrogante e prepotente está afundado numa profunda crise que ninguém sabe quando nem como terminará. As brutais e ilegítimas agressões contra os povos de Afeganistão, Iraque e Líbano têm recebido respostas inesperadas e, a cada dia, jogam no desconcerto o governo norte-americano e seus aliados, que têm tido de carregar com o peso político e social que significam milhares de mortos e feridos, assim como de uma previsível derrota. Duras realidades como o déficit fiscal, o déficit na balança comercial, a queda dos falcões: Rumsfeld, Boltón e Negroponte e a crescente atitude crítica do povo norte-americano, agudiza ainda mais a crise dos que sonharam e ainda sonham com o poder mundial, acreditando mortas e enterradas as forças que se lhes pudessem opor.
Na América Latina, não fazemos mais que descrever, pois todos conhecemos os processos: Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador, Brasil Uruguai e Argentina, no total, oito países, se orientam pelo desenvolvimento de modelos de governo e de sistemas diferentes ao tradicional imposto pelo imperialismo ianque. Os povos optaram pela mudança, nada os deteve, a ameaça, a chantagem, a compra de votos, as fraudes milionárias, não foram suficientes para fazer mudar a opinião de milhões que buscaram e seguem buscando uma nova alternativa.
É no marco deste cenário político que se desenvolveu e se segue desenvolvendo o Foro de São Paulo. De um partido no governo que inicialmente fazia parte do Foro, o Partido Comunista Cubano, hoje são oito as forças governantes que, ademais de ser forças no governo, foram fundadoras deste importante movimento. Assim as coisas, qualquer pessoa pensaria que o haver avançado em lutados e esperados objetivos, faria do Foro de São Paulo um impulsionador da integração da América Latina, num aríete das lutas sociais, num ente solidário com a luta dos povos, numa força capaz de buscar e propor soluções políticas a conflitos internos que se apresentam como conseqüência da iniqüidade, da injustiça e da antidemocracia.
Porém, não é assim, há os que pensam que o fato de ter chegado ao governo os separa do Foro. Segundo tal e muito respeitável forma de pensar, uma coisa é ser oposição e outra ser governo, em razão a ter que desenvolver, em alguns casos, políticas que o Foro não comparte, como a política neoliberal. Pensam que a nova condição os inibe de participar e querem um Foro menos dinâmico, que não se faça sentir, que não seja propositivo, que não lute por objetivos que foram e seguem sendo válidos.
Ante tal situação, outros pensam que se deve acabar o Foro, que o melhor é dar-lhe enterro de terceira e criar um novo movimento.
Nas FARC cremos que não são corretas as duas apreciações anteriores e, pelo contrário, pensamos que os partidos que se encontram no Foro e que fazem parte dos governos têm o espaço, o justo direito e a necessidade de pleitear em seus países o fortalecimento do movimento tal como foi criado: sem exclusões, sem imposições e sem dogmatismo. Cremos, além disso, que se deve buscar que esta organização seja mais funcional, seja um ente catalisador das opiniões dos povos que sempre estão adiante de seus governantes, porque são os que sentem como se está exercendo o governo, se é justo, se é pulcro, se é humano, se tem cumprido com o que prometeu. Ter medo à crítica que possa fazer uma organização como o Foro de São Paulo é negar sua mesma essência como governo democrático, amplo e pluralista.
Pensar em criar outra organização atirando pela borda 16 anos de experiências, de credibilidade, é desperdiçar a oportunidade de converter o Foro num ente coordenador de diferentes partidos, movimentos e organizações políticas que, respeitando as diferenças, nos ratificamos na luta contra o imperialismo, o neoliberalismo, a solidariedade e a integração da América Latina.
Fazemos um reconhecimento aos companheiros do Grupo de Trabalho pela iniciativa de ajudar na solução ao conflito social, político e armado que vive a Colômbia desde há 60 anos, a declaração de Bogotá é, sem dúvida, um documento muito importante que, com o direito que nos assiste, pedimos seja difundido entre os assistentes ao Foro.
Na Colômbia há uma intervenção direta do Imperialismo Ianque, na atualidade há 1.400 oficiais do exército estadunidense dirigindo as operações do Plano Colômbia, do Plano Patriota e do Plano Victoria. Os Estados Unidos estão instigando e financiando a guerra com o pretexto do narcotráfico e, para isso, diariamente se estão gastando 17.5 milhões de dólares para perseguir e liquidar aos lutadores sociais, revolucionários e bolivarianos.
As fumigações estão acabando com a flora e a fauna da Amazônia, são milhares de toneladas de Glifosato e Paraqua, igual que os experimentos com o Fusarium Oxiporun. Que destrói a mata de coca, porém igualmente acaba toda a flora que tenha no lugar, contamina as bacias hidrográficas, pois os troncos dos vegetais, ao serem levados pelas águas, causam imensa perda ao sistema ecológico.
Cremos ser oportuno manifestar nossa inquietação e desagrado pela posição de alguns companheiros que, em forma e sob responsabilidade pessoal, publicamente dizem que as FARC não podem participar no Foro, por ser uma organização alçada em armas. A luta armada não se criou por decreto e tampouco se acaba por decisão similar, é a expressão de um povo que sofreu a devastação de sua população em mais de um milhão de pessoas que, nestes 60 anos, foram assassinadas, é a expressão dos milhares de militantes que foram assassinados do Partido Comunista e da União Patriótica, é a expressão de milhares de sindicalistas que foram assassinados nestes últimos anos.
Aos companheiros que pensam que não podemos participar, fraternalmente os convidamos a que nos acompanhem, não no acionar militar ao que as circunstâncias nos obrigaram, pois sabemos que não a compartem e respeitamos seus pontos de vista, os convidamos a participar da busca da solução política e, para isso, os fazemos partícipes da Plataforma para um Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, aprovada por nossa 8ª Conferência realizada em 1993.
Com esta Plataforma de 12 Pontos convidamos reiteradamente a todos os setores sociais, econômicos e políticos de nosso país para que nos sentemos e, entre todos, construamos a Nova Colômbia.
Ao Foro, em seu conjunto, o convidamos a que prossiga em seus pronunciamentos e acionar pela solução política ao conflito social e armado na Colômbia, passo importante para alcançar a paz com justiça social pela qual tem lutado e seguirá lutando nosso povo, ao mesmo tempo que é passo necessário para impedir que este conflito possa ser utilizado para que o imperialismo tente ações desestabilizadoras na região.
Seguimos convidando a todos os partidos políticos, organizações sociais, de estudantes, operários, intelectuais, campesinos, indígenas e a todos os que estejam contra a injustiça, a buscar uma solução política. Convidamos a que nos acompanhem na luta pelo Intercâmbio Humanitário, com o que estaremos abrindo as portas para que centenas de colombianos e colombianas regressem a seus lares para compartir com seus seres queridos.
COMISSÃO INTERNACIONAL
FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA COLÔMBIA
EXÉRCITO DO POVO, FARC-EP
MONTANHAS DE COLÔMBIA, 7 DE JANEIRO DE 2007”.
http://web.archive.org/web/20070310215800/www.farcep.org/?node=2,2513,1
Tradução publicada no site do Partido Comunista Russo: http://port.pravda.ru/mundo/15168-0/
Entrevista de Raúl Reyes ao jornal Folha de São Paulo:
“[...]
Folha - Vocês têm buscado contato com o governo Lula?
Reyes - Estamos tentando estabelecer -ou restabelecer- as mesmas relações que tínhamos antes, quando ele era apenas o candidato do PT à Presidência.
Folha - O sr. conheceu Lula?
Reyes - Sim, não me recordo exatamente em que ano, foi em San Salvador, em um dos Foros de São Paulo.
Folha - Houve uma conversa?
Reyes - Sim, ficamos encarregados de presidir o encontro. Desde então, nos encontramos em locais diferentes e mantivemos contato até recentemente. Quando ele se tornou presidente, não pudemos mais falar com ele.
[...]
Folha - Fora do governo, quais são os contatos das Farc no Brasil?
Reyes - As Farc têm contatos não apenas no Brasil com distintas forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais. Na época do presidente [Fernando Henrique] Cardoso, tínhamos uma delegação no Brasil.
Folha - O sr. pode nomear as mais importantes?
Reyes - Bem, o PT, e, claro, dentro do PT há uma quantidade de forças; os sem-terra, os sem-teto, os estudantes, sindicalistas, intelectuais, sacerdotes, historiadores, jornalistas...
Folha - Quais intelectuais?
Reyes - [O sociólogo] Emir Sader, frei Betto [assessor especial de Lula] e muitos outros.
[...]
Folha - Que relação as Farc mantêm com o governo venezuelano?
Reyes - Estamos propondo ao governo de Hugo Chávez uma explicação sobre a política das Farc em relação aos países vizinhos.
Folha - Existe contato ou não?
Reyes - Temos informações muito positivas sobre Chávez, um bolivariano patriota que luta pela dignidade do seu povo. Nós o admiramos muitíssimo [...]”
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2408200318.htm
Hugo Chávez declara em vídeo que conheceu Lula e Raúl Reyes em uma reunião do Foro de São Paulo, em 1995:
Carta das Farce expressa apoio a Lula, Gutiérrez, Venezuela e Cuba
05/12/2002
da Folha de S.Paulo
As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), principal grupo guerrilheiro de esquerda do país, expressaram ontem sua solidariedade ao presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em uma carta enviada ao Fórum de São Paulo, organização de partidos de esquerda latino-americanos.
O fórum, idealizado pelo PT, realiza um encontro na Guatemala. Na carta, a guerrilha também manifestou apoio a Cuba, à Venezuela, aos argentinos, aos palestinos e ao presidente eleito do Equador, o coronel esquerdista Lucio Gutiérrez.
Durante a campanha eleitoral, Lula criticou a atuação das Farc e fez questão de desvincular o PT da guerrilha colombiana.
A carta das Farc tinha data de ontem e foi assinada na clandestinidade pelo chefe da comissão internacional do grupo, o ex-negociador de paz Raúl Reyes.
A mensagem foi difundida no dia em que o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, em visita oficial a Bogotá, se encontrou com o presidente colombiano, Álvaro Uribe, e com a ministra da Defesa, Marta Lucía Ramírez.
A visita de Powell, a primeira à América do Sul desde os atentados terroristas aos EUA em 11 de setembro do ano passado, serviu como demonstração de apoio aos esforços do governo colombiano na luta contra o narcotráfico e os grupos armados ilegais.
Ela indica a possibilidade de uma ajuda financeira adicional para o Plano Colômbia, com o qual os EUA já contribuem com mais de US$ 1,3 bilhão.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u48677.shtml
Farc divulgam carta em que saúdam Lula pela reeleição
22/11/2006 - 23h31m
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) enviaram nesta quarta-feira (22) uma "saudação bolivariana" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A guerrilha parabenizou o presidente pela recente vitória eleitoral, que lhe garantiu mais quatro anos de mandato, classificando-o como filho predileto do Brasil.
As Farc, uma força guerrilheira de 17.000 combatentes, costumam enviar saudações aos governos de esquerda da América Latina.
"O mundo é testemunha de que o povo brasileiro fez das urnas eletrônicas o sacrário de sua vontade soberana, pois transformou a reeleição do presidente Lula em uma lição de soberania popular, em uma manifestação clara de rejeição às velhas formas de governo", disse a guerrilha em uma carta enviada por email.
As Farc anunciaram que respeitarão o território do Brasil e que estão dispostas a estabelecer relações políticas com os governos e populações de países vizinhos. O Brasil compartilha com a Colômbia uma fronteira terrestre de 1.645 quilômetros.
As Farc, que afirmam lutar pela implementação do socialismo num país de mais de 41 milhões de pessoas com uma grande distância entre ricos e pobres, reiteraram suas críticas aos Estados Unidos e ao governo do presidente colombiano, Alvaro Uribe, que promove uma agressiva campanha militar para combater a guerrilha com o apoio de Washington.
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,AA1360348-5601,00.html
Farc tentaram estreitar relações com o governo Lula
O líder da guerrilha (Raúl Reyes) enviou três cartas ao presidente brasileiro com o intuito de estabelecer “relações político-diplomáticas” e tratar de "temas de benefício recíproco".
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI4936-15223,00-FARC+TENTARAM+ESTREITAR+RELACOES+COM+GOVERNO+LULA.html
Vereador do PT vende rifa para ajudar rebeldes das Farc
14/09/2003
da Folha de S.Paulo
Como seria o presidente Lula se ele ainda gostasse de ser chamado de esquerdista?
A resposta pode estar em um dos apertados gabinetes da Câmara Municipal de Guarulhos. Mais precisamente no do vereador petista Edson Albertão, 47. Ex-metalúrgico, ex-sindicalista e dono de uma espessa barba, trata-se também de um fundador do PT que fez carreira em uma cidade da Grande São Paulo --atualmente, exerce o seu segundo mandato.
Simpatizante declarado das Farc, o petista contou à Folha que estava na Colômbia com o porta-voz da guerrilha terrorista, Raúl Reyes, quando começaram as conversas com a ONU.
"Raúl me disse que estava muito feliz com a resposta do [secretário-geral] Kofi Annan de que aceitava ouvir as Farc a respeito do acirramento da guerra". Ele afirmou que não participou das negociações.
Definindo-se como "um vereador entusiasmado com a luta do povo colombiano, entusiasmadíssimo com a guerrilha das Farc", ele está organizando uma rifa de quadros doados por artistas dominicanos.
"As Farc não são um movimento que vive do narcotráfico", disse. "Vou fazer uma rifa de 1.500 [números], vender a dez contos e um abraço. Os representantes precisam de recursos, não é pra comprar arma."
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u63026.shtml
Documento assinado por Dilma requisitando a mulher de Olivério Medina, Ângela Maria Slongo
A Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, órgão do governo federal com status de ministério, emprega desde 2006, em um cargo de confiança, a parananse Ângela Maria Slongo, mulher do ex-guerrilheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Francisco Antônio Cadenas Collazzos, conhecido como Oliverio Medina. Ela também é, desde 1986, professora concursada pela Secretaria da Educação do Paraná e foi cecida pelo governo do estado ao órgão federal em 2006 - num pedido feito pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao governador Roberto Requião.
Acusado de homicídio e terrorismo na Colômbia, Medina viveu em prisão domiciliar em Brasília entre 2005 e março do ano passado, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) extinguiu o pedido de extradição para o país vizinho.
O caso foi divulgado pela revista Veja desta semana. A publicação cita que a contratação de Ângela, 45 anos, seria uma maneira de proteger o ex-guerrilheiro, acolhido como asilado político no Brasil graças ao forte lobby de políticos de esquerda, incluindo vários petistas como o ex-ministro e ex-governador gaúcho Olívio Dutra. A paranaense e o colombiano não são casados legalmente, mas vivem juntos há dez anos e têm uma filha.
Em nota divulgada ontem, a Secretaria de Pesca negou qualquer ligação do caso com as Farc e informou que “as ilações e induções sugeridas serão objeto de todas as medidas judiciais cabíveis”. A paranaense não quis dar entrevistas e não explicou os motivos da mudança para o Distrito Federal. Ela é funcionária do quadro estadual há 22 anos e continua recebendo o salário do governo paranaense, mais 60% da remuneração pelo cargo DAS-102.2 da administração pública federal, que equivale a R$ 1.511,05.
A Casa Civil do Paraná explicou que, apesar de pagar integralmente os vencimentos da professora, o valor é reembolsado pelo governo federal. A situação é legal, segundo o Estatuto do Servidor Público. A assessoria de imprensa da Secretaria de Pesca diz ainda que Ângela enviou o currículo para o órgão em busca de colocação profissional e não teve qualquer regalia durante a seleção. Ela está no órgão desde dezembro de 2006 e foi escolhida pela área técnica para trabalhar no Projeto de Alfabetização de Pesquisadores, como assistente técnica.
A secretaria é ligada diretamente à presidência da República. O atual ministro, Altemir Gregolin, foi acusado de irregularidades durante a CPI dos Cartões Corporativos, mas não será indiciado no relatório final da comissão, que será lido hoje pelo deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ). Dados do Portal da Transparência (www.portaldatransparencia.gov.br) mostram que em 2007 Ângela recebeu R$ 1,9 mil para pagar diárias e R$ 2,3 mil para indenizações e restituições de despesas a serviço da secretaria, além do salário.
A contratação da mulher de um ex-guerrilheiro chamou a atenção da oposição ao governo Lula. O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (AM), apresentou à Secretaria de Pesca um requerimento de informações sobre a nomeação de Ângela. Em um dos sete pontos do documento, Virgílio questiona se a nomeação passou pelo crivo da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Na Câmara Federal, também houve reação. O presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia, promete enviar hoje um pedido de informações à Presidência. O parlamentar quer checar se há envolvimento da administração pública federal com as Farc.
http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?tl=1&id=772307&tit=Mulher-de-ex-guerrilheiro-das-Farc-tem-cargo-no-governo
Medina comunica o fato ao terrorista Raúl Reys por e-mail e deixa claro que a contratação faz parte de uma operação para proteger aquela que chama “Mona” (Ângela Maria Slongo):
Domingo 2 de noviembre de 2008
Na segunda-feira, dia 15, a “Mona” começou em seu novo emprego e para garanti-la ou impedir que a direita em algum momento a hostilize, a colocaram na Secretaria da Pesca, trabalhando no que chamam aqui de cargo de confiança ligado à Presidência da República.
http://www.cambio.com.co/portadacambio/787/4418592-pag-3_4.html
Os e-mails do computador de Raúl Reyes foram publicados pela Cambio, da Colômbia. A matéria completa encontra-se aqui:
http://www.cambio.com.co/portadacambio/787/ARTICULO-WEB-NOTA_INTERIOR_CAMBIO-4418592.html
Na mesma publicação, encontramos a lista de quem seriam os contatos das Farc no Brasil:
- José Dirceu, ministro de la Presidencia.
- Roberto Amaral, ex ministro de Ciencia.
- Erika Kokay, diputada.
- Gilberto Carvalho, jefe de Gabinete.
- Celso Amorín, canciller.
- Marco A. García, asesor Asuntos Internacionales.
- Perly Cipriano, subsecretario Promoción DD.HH.
- Paulo Vanucci, ministro Secretaría de DD.HH.
- Selvino Heck, asesor presidencial.
Reportagem publicada pelo jornal El Tiempo demonstra que Olivério Medina (também conhecido como “Camilo”) continua ligado ao terrorismo narcotraficante:
Sábado 18 de septiembre de 2010
En este último país, el enlace de las Farc, Francisco Antonio Cadena Collazos, 'Camilo' -casado con una profesora brasileña y encargado del trueque de coca por armas y del reclutamiento de simpatizantes- no ha podido ser extraditado a Colombia porque goza de dicho estatus desde el 2006. [...] Tras la muerte de 'Reyes', la Comisión Internacional de las Farc se apresuró a reorganizarse para reemplazar esa ficha, dicen las investigaciones en Colombia. Ahora la comisión coordinadora -que estaba bajo el mando de 'Reyes'; Orlay Jurado Palomino, alias 'Hermes' (Venezuela) y Francisco Cadena Collazos, 'Camilo' (Brasil)- se ha ampliado. [...]
http://www.eltiempo.com/archivo/documento/CMS-4157739
A Interpol autenticou o conteúdo de todos os e-mails:
Washington Post Foreign Service
Friday, May 16, 2008
CARACAS, Venezuela, May 15 -- Interpol, the international police agency, said Thursday that computer files seized by Colombia's army in a raid on a rebel camp belonged to a top guerrilla commander and had not been modified, falsified or forged.
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/05/15/AR2008051504153.html
Outros e-mails:
Em um dos e-mails, endereçado a Reyes em 4 de junho de 2005 por uma pessoa identificada como "José Luis", aparece o nome do ex-ministro José Dirceu. "Chegou um jovem de uns 30 anos e se apresentou como Breno Altman (ligado ao PT). (Ele) me disse que vinha por parte do ministro José Dirceu". Segundo a revista, o remetente afirma que as relações deveriam ser feitas através do ministro com a representação de Altman, por motivos de segurança.
No fim da mensagem, José Luis diz que o governo brasileiro e o PT dará proteção a Medina enquanto avançava o trâmite da extradição do padre Olivério Medina, "chefe de imprensa das Farc", preso em São Paulo. Em uma correspondência de 24 de junho de 2004, Reyes comenta a medida sobre a possível saída de Dirceu do governo Lula e diz: "pode afetar a abertura das relações conosco".
"É possível que um assessor especial de Lula, chamado Silvino Heck, que, junto Gilberto Carvalho, é outro que nos tem ajudado bastante".
"Em uma correspondência, com data de 23 de dezembro de 2006, do padre Olivério Medina a Reyes, há referências de Lula e de Marco Aurelio García, Gilberto Carvalho e Silvino Heck. Medina afirma que mandou um presente de Natal a Lula e dois de seus assessores".
http://www.cambio.com.co/portadacambio/787/4418592-pag-2_4.html
Documentos da Abin denunciam recebimento de 5 milhões de dólares ao PT, em 2002
O general Jorge Armando Félix apresentou o único documento oficial da Abin que trata deste tema. É um relatório de duas páginas, com número de classificação: 0095/3100/Doin/Abin, de 25 de abril de 2002. Ele informou que o documento foi arquivado por não apresentar qualquer prova das afirmações nele contidas. O relatório registrava "o boato" de que as Farc teriam oferecido 5 milhões de dólares (cerca de R$ 13,5 milhões) ao PT como ajuda nas eleições presidenciais.
http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/62942.html
Revista sugere ligação do PT com as Farc
12/03/2005 - 18h25
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) teria em seus arquivos uma pasta com informações referentes a um suposto envio de US$ 5 milhões das Farc, a guerrilha colombiana, para campanhas eleitorais do PT em 2002.
A informação é da revista "Veja" desta semana, na reportagem intitulada "Tentáculos das Farc no Brasil". No entanto, a matéria diz não ter conseguido provas documentais sobre o assunto durante as cinco semanas de apuração.
De acordo com a revista, um agente da Abin preparou os relatórios. Ele teria participado de uma reunião entre simpatizantes das Farc, petistas e sindicalistas, e um representante da guerrilha no Brasil em abril de 2002, na chácara de um sindicalista, localizada a 40 km de Brasília.
A reportagem afirma que o representante da guerrilha era o padre colombiano Olivério Medina, que teria afirmado que o dinheiro a ser remetido para o Brasil seria repassado a 300 empresários, que, por sua vez, repassariam os recursos para campanhas eleitorais petistas. O padre negou a ajuda.
O sindicalista Antônio Francisco do Carmo, dono da chácara, confirmou o encontro, mas disse que seu objetivo era somente de prestar solidariedade às Farc.
O PT divulgou hoje uma nota de repúdio à reportagem. Assinada pelo presidente nacional do partido, José Genoino, a nota qualifica de irresponsável a reportagem, por estampar na capa um ataque à honra do partido sem provas consistentes.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u67778.shtml
Secretário de petista lança comitê de apoio à guerrilha colombiana
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Um dos secretários do prefeito de Ribeirão Preto e coordenador do programa de governo do pré-candidato à Presidência do PT Luiz Inácio Lula da Silva, Antônio Palocci Filho, vai lançar um comitê pró-Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no município. O secretário é o ex-vereador Leopoldo Paulino (PSB), que compõe a base de apoio do prefeito de Ribeirão.
As Farc são o maior grupo guerrilheiro colombiano, com cerca de 17 mil homens. São responsáveis por centenas de seqüestros em 2001. Foram atribuídos ao grupo mais de 1.700.
O escritório será lançado oficialmente no dia 20, na Câmara de Ribeirão. A sede será o Templo da Cidadania, instituição cultural sem fins lucrativos, da qual Palocci é membro fundador. Também fazem parte do grupo, que deve se chamar Comitê de Solidariedade ao Povo Colombiano e aos Movimentos de Libertação Nacional, os vereadores governistas Beto Cangussú (PT) e José Antônio Lages (PT) e o médico petista Edmundo Raspanti, diretor do MIS (Museu da Imagem e do Som) de Ribeirão.
Parte do comitê diz que quer defender as causas das Farc, mas não sua violência. "A idéia é que a gente possa divulgar ao máximo em todas as partes do Brasil a situação do povo colombiano e as verdadeiras causas da luta das Farc contra o governo local", afirmou Cangussú. Paulino, no entanto, é radical: " Não acho que é a eleição que vai resolver, é a revolução. Hoje no Brasil não há condição de fazer uma revolução armada, mas na Colômbia não é assim. Eles têm um exército organizado".
Palocci e Luiz Inácio Lula da Silva não foram encontrados para falar sobre o assunto ontem. O comitê vai colher assinaturas pró-Farc e defender as posições do grupo guerrilheiro no Brasil. No lançamento, um guerrilheiro deve estar presente. "Precisamos difundir e abrir comitês das Farc no mundo inteiro sobre os problemas que ocorrem naquele país", disse Cangussú.
Para "selar a união", houve uma reunião em Ribeirão Preto entre Paulino e Olivério Medina, porta-voz informal das Farc no Brasil, que chegou a ser preso em 2000 em Foz do Iguaçu (PR), a pedido do governo colombiano, acusado de atividades terroristas.
"Se conseguirmos passar algo para a população, " vamos prestar um serviço à mente das pessoas", afirmou o advogado Vanderley Caixe, um dos fundadores das Faln (Forças Armadas de Libertação Nacional), grupo guerrilheiro que atuou entre 1967 e 1969.
A assessoria de imprensa do Itamaraty informou que o órgão não se manifesta sobre questões internas, mas afirmou que o Brasil apoia o governo do presidente colombiano, Andrés Pastrana, que foi eleito democraticamente.
As lideranças políticas do PT, PSB e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) contam com posições divergentes sobre a criação do comitê. A deputada federal Luiza Erundina (PSB) disse que é contrária à forma de luta das Farc e que acha "meio estranho" o secretário Leopoldo Paulino, de seu partido, organizar um comitê de apoio ao grupo guerrilheiro. "Não tenho muita ligação com ele Paulino e não sei quais são as razões dele", disse Erundina.
O líder do MST José Rainha Júnior disse que é solidário ao povo colombiano. " Eles estão sendo massacrados pela mão do imperialismo norte-americano."
Para a cônsul-geral da Colômbia em São Paulo, Marta de Arevalo, "é muito estranho alguém se solidarizar com foras-da-lei, as Farc".
O caso será levado ao conhecimento da embaixada colombiana no Brasil.
Colaborou Evandro Spinelli, da Folha Ribeirão
Também publicado em: http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2002/mar/20/9.htm
Também em: http://www.artbrain.co.uk/news/brazilian-president-party-received-money-from-farc,-say-documents.htm Cache no google: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:T80Mb8DqcF8J:www.artbrain.co.uk/news/brazilian-president-party-received-money-from-farc,-say-documents.htm+http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2002/mar/20/9.htm&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
Comandantes das Farc são recebidos por Olívio Dutra (PT), governador do Rio Grande do Sul
Em 2001, comandantes da FARC vieram ao Brasil e foram recebidos pelo governador Olívio Dutra, do Rio Grande do Sul e até homenageados e aplaudidos durante o I Foram Social Mundial.
http://www.noolhar.com/opovo/jornaldoleitor/122018.html
Membros do PT dirigem revista com membro das Farc
Na revista América Libre, encontramos os seguintes membros: Luis Eduardo Greenhalgh (PT), Fernando Morais, Emir Sader, Roberto Drummond, Gilberto Carvalho, Leonardo Boff, Rubens Paolucci Jr, João Pedro Stédile (líder do MST), Chico Buarque de Hollanda (cantor), junto a Manuel Marulanda Vélez, das Farc, incluindo como presidente da publicação, Carlos Alberto Libânio Christo, conhecido como Frei Betto, conselheiro pessoal de Lula.
http://www.nodo50.org/americalibre/consejo.htm
Em entrevista, Lula sugere às Farc criar partido para chegar ao poder
Entrevista exclusiva concedida pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em conjunto com o presidente do Peru, Alan García, ao jornalista peruano Raúl Vargas, da Rádio Programa del Peru (RPP)
Rio Branco-AC, 28 de abril de 2009
[...] E ainda dizia ao presidente Obama que era preciso que enxergasse a América Latina depois da Guerra Fria, que era preciso que enxergasse a América Latina onde não existe mais nenhum grupo querendo através da luta armada, chegar ao poder, com exceção das Farc, que se quisesse chegar ao poder seria muito mais fácil criar um partido político e disputar as eleições. Se em um continente como o nosso, um índio pôde chegar à Presidência da República, e um metalúrgico pôde chegar à Presidência da República, por que alguém das Farc não pode chegar, disputando eleições?
http://www.info.planalto.gov.br/download/Entrevistas/pr1198-2@.doc
PT não reconhece Farc como grupo terrorista
Entrevista de Marco Aurélio Garcia ao jornal francês Le Figaro.
04/03/2008
[...] Je vous rappelle que le Brésil a une position neutre sur les Farc : nous ne les qualifions ni de groupe terroriste ni de force belligérante. Les accuser de terrorisme ne sert à rien quand on veut négocier. [...]
http://www.lefigaro.fr/international/2008/03/05/01003-20080305ARTFIG00016-garcia-nous-sommes-dans-une-guerre-d-informations.php
Tradução: Eu lhes lembro que o Brasil tem uma posição neutra sobre as Farc: nós não as qualificamos nem de grupo terrorista nem de força beligerante. Acusá-las de terrorismo não serve pra nada quando a gente quer negociar.