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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Rodrigo Constantino



O Fed anunciou ontem recompra de US$ 600 bilhões de títulos do Tesouro para tentar injetar mais liquidez (ainda!) nos mercados. Trata-se de mais uma rodada de "bebida grátis" para os alcoólatras, na esperança de forçar uma recuperação econômica. O desemprego nos EUA continua perto de 10%, apesar de várias rodadas de estímulos fiscal e monetário.



A humilhante derrota de Obama e dos Democratas nas urnas foi um recado de que os americanos não estão gostando do que está acontecendo no país. O movimento Tea Party, tratado por nossos jornalistas como "hiperconservador" ou "radical", quer menos governo, menos gasto público, menos intervenção na economia, ou seja, quer resgatar o ambiente que permitiu com que os EUA se tornassem esta potência internacional.



Mas, infelizmente para os americanos, os filhotes de Paul Krugman venceram. O dólar virou a Geni, por política deliberada de seu governo. Os burocratas pensam que prosperidade e empregos se criam imprimindo moeda de papel e estimulando a gastança e o crédito. As lições históricas são sempre ignoradas. Robert Mugabe está até hoje tentando entender o que deu errado em seu Zimbábue...



Enquanto Ben Bernanke injeta mais droga nas veias dos viciados, a euforia se desloca. Afinal, dinheiro não tem carimbo! Você pode levar à força o cavalo para a beira do rio, mas não pode fazê-lo beber a água. Quando o piscinão americano recebe mais liquidez, esta transborda pelos vasos comunicantes para outros mercados e ativos. Tio Ben está ajudando a criar uma possível bolha nos mercados emergentes.



Aliás, Dilma e os petralhas deveriam acender velas para Tio Ben, pois as medidas do Fed tem tanto peso quanto o crescimento chinês no cenário favorável da economia brasileira. E ambos têm muito mais peso que qualquer medida do governo Lula. Tio Ben e Wen Jiabao são os grandes responsáveis pela vitória petista. Mas seria pedir demais que petralhas compreendessem isso...



Como consolo, resta apenas surfar (com cautela) a onda do ouro, que pode muito bem já estar adentrando uma zona de bolha. Até onde vai o rali da "relíquia bárbara", como era chamado o ouro por Keynes? Bem, isso vai depender de até quando as idéias (um tanto deturpadas) do próprio Keynes dominarem a mente dos donos do poder. Se dependesse do seu herdeiro mais fanático, Paul Krugman, acho que US$ 3.000 seria um alvo fácil para o preço da onça do metal dourado. Dá-lhe, tio Ben!

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